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O processo mistagógico como desafio para a evangelização

A mistagogia, como processo de condução ao mistério da fé cristã, assinala para uma nova experiência dos sacramentos e aprofundamento das relações com a comunidade dos fiéis. Assim, ao nos conduzir no itinerário da fé, a mistagogia propicia ao participante uma maturidade espiritual que facilita o acolhimento dos conteúdos específicos da evangelização.

A experiência mistagógica fundamenta-se na pedagogia divina que revela seu projeto de amor. Nesse sentido, a Igreja nos orienta a resgatarmos o processo mistagógico que é proposto como última etapa da evangelização na iniciação cristã. É referência para a evangelização atual, nos abrindo para o acolhimento do Mistério que se revela para cada pessoa e que a envia à missão.

Primeiramente, para ser verdadeiro evangelizador, precisa-se, antes, colocar-se no seguimento de Jesus: “Vem e segue-me” é o convite fundamental que o Senhor continua fazendo a todos os que querem participar da aventura do Reino. Seguir e estar atento ao que Deus fala, a exemplo da Virgem Maria. É necessário acolher a Palavra com alegria do Espírito Santo, “não como palavra humana, mas como verdadeiramente é: Palavra de Deus que está produzindo efeito em vós” (DGAE n. 61,9).

 

Para cumprir-se essa missão evangelizadora, é dever da Igreja escutar atentamente os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho

Na perspectiva do Concílio Vaticano II, em sua constituição Gaudium et Spes (A Igreja no mundo atual) “para cumprir-se essa missão evangelizadora, é dever da Igreja escutar atentamente os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho…” (GS 4,1). Esta orientação é também para nós catequistas que, ao evangelizarmos, necessitamos de estar atento às realidades e circunstâncias próprias de nossas comunidades, para ajudá-las no processo de evangelização, bem como responder aos novos desafios que se nos apresentam.

 

Muitos são os desafios que nos interpelam nos tempos atuais e para isso, precisamos estar atentos a um processo de evangelização que inclua as várias dimensões da pessoa e suas relações umas com as outras; que atente para a verdadeira espiritualidade, onde o ponto de partida seja o diálogo com Deus que nos abre para a dinâmica da alteridade; e que valorize, na evangelização, o resgate das mediações simbólicas, tão fundamentais para expressar a experiência religiosa.

Um dos aspectos presentes na experiência mistagógica refere-se ao anúncio querigmático como fonte de ardor e renovação. Temos o exemplo do primeiro anúncio realizado pelas primeiras comunidades. Elas, firmemente, anunciaram e convocaram novos adeptos para participar dessa experiência vivificante; foram capazes de elaborar a novidade cristã e dialogar com a realidade de seu tempo. Isto porque, essas comunidades fizeram a experiência de encontro, primeiramente, um encontro histórico com Jesus Cristo que foi consumado pela experiência pascal dando vida à missão. Também nós somos convocados para esse encontro com o Cristo Ressuscitado,  sempre renovado em Pentecostes, numa experiência pascal que nos envia para o anúncio da Boa-Nova.

Com a ressurreição de Cristo, temos a certeza do conteúdo da fé em que cremos e com Pentecostes recebemos o impulso de anunciar a Boa-Nova, tornando-nos testemunhas do Cristo ressuscitado. O mesmo Espírito que soprou no coração dos primeiros discípulos é o mesmo que continua soprando no coração da Igreja e em nossos corações.

 

Neuza Silveira de Souza
Coordenadora da Comissão Arquidiocesana de Catequese de BH



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