Existe a casa de pedra, tijolos, janela, quartos, cortinas, sabonete, ventilador. Existe também nosso interior que é a casa de nossa alma, nossa intimidade. Belo imaginar essas casas todas como espaço de hospitalidade, de acolhimento. Os franceses usam uma expressão curiosa. Eles dizem: “Je t’invite à la Maison” mas usam de preferência: “Je t’invite chez moi”. Esse “chez moi” tem perfume de intimidade. Sim, nossas casas, por mais simples que venham a ser, serão lugares onde os habitantes regulares e os forasteiros possam se sentir muito bem. Espaços de encontro, de troca de ideias, de aquecimento do coração.
Tenho diante dos olhos um pensamento de Orígenes: “Preparemos em nós um coração puro para que o Senhor possa entrar na cândida alegria de nosso coração”.
Ficamos felizes de receber hóspedes queridos nos cômodos de nossa casa. Ficamos felizes também sabendo que o Senhor tem gosto em ser acolhido em nossa intimidade mais íntima. Como recebê-lo? Ter desejo que ele more em nós, ter as fibras do coração livre de apegos e de ídolos. De quando em vez saudá-lo com um suspiro do coração, com uma palavra de um salmo ou com grito de agradecimento.
Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM