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Maria como despertar de vocações missionárias e força transformadora da palavra

Maria disse “Sim” ao Pai e com o seu sim tornou-se a Mãe do Salvador. Por meio desse sim, tornou-se a vocacionada do Pai. Sendo modelo de vocação, ela é o ponto, a referência para a minha vocação missionária. Queria ser como Maria que sai ao encontro de Isabel e se coloca a serviço.

Após a guerra civil da Espanha, minha família transferiu-se para Madrid, participando ativamente na Paróquia de Cristo Rei, recém-constituída na periferia. Maria foi muito presente em minha vida e desde criança entrei na associação das Filhas de Maria na cidade onde nasci, (Belver de los Montes) e continuei participando depois que nós mudamos.

Aos 19 anos, diante das interrogações que me surgiam fui orientada pelo diretor espiritual da Ação Católica a discernir sobre a Vida Religiosa Consagrada, o que nunca havia passado por minha cabeça. Ele me apresentou a Congregação das Franciscanas Missionarias de Maria, da qual faço parte, que me chamou atenção por que além de ser missionária também tinha espiritualidade Mariana. Sendo uma Congregação Internacional e Missionária, entrei no noviciado em Pamplona, Espanha e depois continuei em Roma, fora do meu país. Mais uma vez, me sentia como Maria que sai ao encontro de Isabel.

Depois da minha Primeira Profissão Religiosa (primeiros votos), fui enviada ao Brasil. Cheguei primeiramente em Campos de Jordão, SP, sem saber nada de português, e a missão confiada a mim foi junto às mulheres em tratamento de tuberculose, sempre pedia a proteção de Maria para poder realizar o serviço que me era confiado. Depois de vários anos trabalhando na saúde, fui enviada a uma nova missão, e a outro serviço, a partir daí houve outros envios para missões em diferentes estados do Brasil.

A Consagração é um Dom que devemos agradecer e procurar vivê-lo na paz e na alegria
Que Jesus e Maria, nossa Mãe, nos conduza no dia a dia de nossas vidas em fidelidade ao chamado

Para mim cada transferência é um recomeçar, é uma abertura para acolher o novo, o diferente, a cultura de cada lugar. Vejo nesses envios a manifestação da vontade de Deus, sinto sua presença especialmente através da acolhida do povo; Ele caminha ao meu lado juntamente com Maria. É importante estar sempre disponível, e na gratuidade fazer as pequenas coisas sem esperar recompensa. Vejo o quanto me enriqueceu a convivência com tantas pessoas. Cada realidade vivida e guardada no coração é oportunidade para colocá-la diante do Senhor e sob a proteção de Maria, para que ninguém fique esquecido.

Com os anos as limitações vão aparecendo e o ritmo vai diminuindo. Hoje minha missão é visitar algumas pessoas idosas e sozinhas do bairro de Santa Teresa, em  Belo Horizonte, uma vez por semana. Ajudo na preparação do sopão que a Paroquia Santa Teresa e Santa Terezinha prepara para as pessoas carentes do bairro. Vou à casa de apoio Beatriz Ferraz para visitar os doentes em tratamento de câncer, provenientes de diferentes cidades. Relendo minha caminhada vocacional sinto que poderia ter feito mais e melhor, mas nunca pensei e não penso voltar atrás, pois me sinto feliz e bem acompanhada pelas irmãs de minha fraternidade.

A Consagração é um Dom que devemos agradecer e procurar vivê-lo na paz e na alegria. Que Jesus e Maria, nossa Mãe, nos conduza no dia a dia de nossas vidas em fidelidade ao chamado.

Sou a Irmã Nicolasa Perez Bragado, tenho 89 anos, nascida da cidade de Belver de los Montes, Província de Zamora, Espanha. Vivo no Brasil há 64 anos,  em diferentes Estados. Congregação das Franciscanas Missionárias de Maria.



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