Mais de um milhão de jovens participam da Missa do Jubileu

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Mais de um milhão de pessoas participaram da Missa do Jubileu dos Jovens presidida pelo Papa Leão XIV, na esplanada de Tor Vergata, em Roma, nesse domingo, 3 de agosto. O Pontífice convidou os peregrinos a refletirem sobre a felicidade, o amor, a verdade, a amizade e a caridade generosa.

Em sua homilia, o Pontífice sublinhou que “nesta experiência de encontro, podemos imaginar que estamos percorrendo o caminho feito pelos discípulos de Emaús na tarde do dia de Páscoa”. A liturgia deste domingo, não nos fala diretamente sobre este episódio, “mas nos ajuda a refletir sobre o que nele se narra: o encontro com o Cristo Ressuscitado que muda a nossa existência e que ilumina os nossos afetos, desejos e pensamentos”.

Abrir o coração a Deus

Em seguida, o Papa Leão XIV comentou sobre a primeira leitura, do Livro de Eclesiastes, um convite para entrar em contato, como os dois discípulos de Emaús, “com a experiência dos nossos limites, da finitude das coisas que passam”. O Pontífice também comentou o Salmo responsorial, que ecoando a mesma mensagem, “propõe-nos a imagem da ‘erva que de manhã brota vicejante, mas à tarde está murcha e seca'”. “São duas advertências fortes, talvez um pouco chocantes, mas que não devem assustar-nos, como se fossem temas ‘tabu’ a evitar. Na verdade, a fragilidade de que nos falam faz parte da maravilha que somos”.

“Pensemos no símbolo da erva: não é lindo um campo florido?” Perguntou o Papa Leão XIV. E continuou sua meditação respondendo: “Claro, é delicado, feito de caules finos, vulneráveis, sujeitos a secar, dobrar-se, partir-se, mas, ao mesmo tempo, imediatamente substituídos por outros que brotam depois deles e dos quais os primeiros se tornam generosamente alimento e adubo, ao desfazerem-se no solo. É assim que vive o campo, renovando-se continuamente e, mesmo durante os meses gelados do inverno, quando tudo parece silencioso, a sua energia vibra sob a terra e prepara-se para, na primavera, explodir em milhares de cores”, sublinhou.

“Queridos amigos, nós também somos assim: fomos feitos para isto. Não para uma vida onde tudo é óbvio e parado, mas para uma existência que se renova constantemente no dom, no amor. E assim aspiramos continuamente a um “algo mais” que nenhuma realidade criada nos pode dar. Sentimos uma sede tão grande e ardente que nenhuma bebida deste mundo pode saciar.”

E continuou sublinhando que “diante dessa sede, não enganemos o nosso coração, tentando extingui-la com subterfúgios ineficazes! Antes, devemos ouvi-la! Mesmo aos vinte anos, é bom abrir o coração a Deus, “deixá-lo entrar, para depois nos aventurarmos com Ele rumo aos espaços eternos do infinito”.

O Papa Leão XIV citou ainda Santo Agostinho, que buscava por Deus de forma intensa e perguntava-se: “Qual é, então, o objeto da nossa esperança […]? É a terra? Não”. “Pensando no caminho que tinha percorrido, Agostinho rezava, dizendo: ‘Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! […] Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz”’.

“O que é realmente a felicidade?

Em seguida, o Pontífice recordou as palavras do Papa Francisco aos jovens, em Lisboa, durante a Jornada Mundial da Juventude, em que o Santo Padre falecido disse a eles que não devemos nos alarmar “se nos encontramos intimamente sedentos, inquietos, incompletos, desejosos de sentido e de futuro […] Não estamos doentes, estamos vivos!”

O Papa Leão, então, sublinhou que o nosso coração pede pela verdade e que não podemos ignorar as seguintes perguntas: “O que é realmente a felicidade? Qual é o verdadeiro sabor da vida? O que nos liberta dos pântanos do absurdo, do tédio, da mediocridade?”

“Nos últimos dias, vocês viveram muitas experiências bonitas. Encontraram-se com jovens da sua idade, vindos de várias partes do mundo, pertencentes a diferentes culturas. Trocaram conhecimentos, partilharam expectativas, dialogaram com a cidade através da arte, da música, da informática, do esporte. No Circo Máximo, aproximando do Sacramento da Penitência, vocês receberam o perdão de Deus e pediram sua ajuda para uma vida boa.”

De acordo com o Papa Leão XIV, “em tudo isto, podemos encontrar uma resposta importante: a plenitude da nossa existência não depende do que acumulamos nem do que possuímos, como ouvimos no Evangelho. Está ligada ao que sabemos acolher e partilhar com alegria”.

“Comprar, acumular, consumir não basta. Precisamos levantar os olhos, olhar para cima, para as ‘coisas do alto’, para perceber que, entre as realidades do mundo, tudo tem sentido apenas na medida em que serve para nos unir a Deus e aos irmãos na caridade, fazendo crescer em nós ‘sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência’, de perdão, de paz, como os de Cristo.”

“Neste horizonte compreenderemos cada vez melhor o que significa ‘a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado’”.

Unidos a Cristo

Ao fim de sua homilia, o Papa Leão XIV rogou aos jovens que se mantenham unidos a Cristo, cultivando a oração, a adoração, a Comunhão Eucarística e a caridade generosa, inspirados pelos beatos Piergiorgio Frassati e Carlo Acutis:

“Queridos jovens, a nossa esperança é Jesus”, disse ainda Leão XIV, recordando as palavras de São João Paulo II, que dizia que o Senhor é quem suscita nos jovens ‘o desejo de fazer de suas vidas algo de grande […], no aperfeiçoamento» deles e «da sociedade, tornando-a mais humana e fraterna’”.

“Mantenhamo-nos unidos a Ele, permaneçamos sempre na sua amizade, cultivando-a com a oração, a adoração, a Comunhão eucarística, a Confissão frequente, a caridade generosa, como nos ensinaram os beatos Piergiorgio Frassati e Carlo Acutis, que em breve serão proclamados Santos”, disse ainda o Pontífice, convidando os jovens onde quer que estejam, a aspirar “a coisas grandes, à santidade. Não se contentem com menos. Então, vocês verão crescer todos os dias, em vocês e ao seu redor, a luz do Evangelho”, sublinhou.

*Informações Vatican News


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