“Quem fica na memória de alguém não morre”. A frase do sociólogo Betinho inspira as reflexões que encerram o ciclo de debates “Entre a Vida e a Morte”, com a participação de dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte responsável pela Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser) , que reúne as comunidadesde fé de Brumadinho e região, e membro da Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A realização é do Grupo de Pesquisa “As interfaces da antropologia na teologia contemporânea” da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) , que tem se dedicado ao estudo do tema da corporeidade em diálogo com as ciências sociais, a filosofia, a teologia, a literatura e a mística.
Em 2019, o grupo de pesquisa passou a refletir sobre a tragédia ocorrida em Brumadinho, com o rompimento da barragem de rejeitos de mineração, debruçando-se sobre a vulnerabilidade do corpo, seu padecimento, as questões existenciais suscitadas por seu viver, padecer e morrer. A ação política que define que corpos têm mais chances de viver e quais são mais passíveis de morte integram os estudos, assim como o dever de não esquecer os mortos. E nos últimos meses, ganharam força as reflexões sobre a pandemia da Covid-19 e seus impactos nos vários âmbitos da existência.
O Evento online, que será realizado nesta terça-feira, às 19h30, com a participação de dom Vicente, propõe a reflexão sobre o que se tem a aprender a partir do resgate da memória dos mortos. Junto com dom Vicente, participam o jornalista Ricardo da Silva e o artista Edson Pavoni, criador de “Inumeráveis” – um memorial on-line dedicado à história das vítimas da pandemia da covid-19 no Brasil.