A realização da Semana Missionária em nossa Arquidiocese, antecedendo a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada em julho, no Rio de Janeiro, torna o momento atual propício para repensarmos como se dá a atuação dos jovens em nossa sociedade (nas escolas, na igreja, nos meios de comunicação, em casa…). Afinal, o que realmente entendemos por protagonismo juvenil?
Muitas vezes a juventude é vista como irresponsável, descomprometida, baderneira. Outras vezes, juventude é aquela fase idealizada por muitos, da boa forma, da disposição, da beleza, da energia. Definições estas que são formuladas e reforçadas pelos veículos de comunicação (rádio, TV, revistas, jornais). Gostamos muito de definir esta fase da vida que é importante na construção da identidade e na formação da cidadania e, ao mesmo tempo, período em que surgem muitos questionamentos, mas pouco ou nada se faz para ouvir a juventude e entendê-la.
É preciso acolher a juventude e nela depositar a confiança de que ela é capaz, tal qual fez Deus ao confiar a uma jovem mulher a geração e criação de seu filho. |
O jovem é aquele que tem que aprender com as construções das gerações passadas, vivenciar o momento presente transformando a realidade e modificando o futuro. E isto é uma grande responsabilidade. O problema é quando o diálogo entre as gerações é difícil, ou não existe. Quando o jovem é privado ou não é levado a sério em seus posicionamentos, nas questões e dúvidas que apresenta e que, sim, são muitas.
É preciso acolher a juventude e nela depositar a confiança de que é capaz, tal qual fez Deus ao confiar a uma jovem mulher a geração e criação de seu filho. De certo, nem todos terão a coragem de dizer seu sim, como fez Maria, prontamente, e por isso é preciso estimulá-los. Outras vezes, também, a maneira com que se espera que os jovens respondam, não será correspondida. Aí mora a beleza do mistério. Às vezes as repostas virão de forma diferente das expectativas, mas podem surpreender e, no fim, serem melhores do que aquilo que se pretende à priori. É importante deixar que a juventude trilhe o próprio caminho e descubra a beleza da caminhada. É assim que acontecem a formação e o protagonismo.
É necessário orientar, sem sufocar suas ideias, é preciso apresentar os caminhos e estar lá para motivar a caminhada quando os passos se fizerem pesados e os pés cansados, para ajudar a superar os desafios e obstáculos, para a incentivar a trilha até o fim. Porém, é a juventude que deve caminhar. Não é fácil, é um exercício que requer muito esforço, mas é imprescindível pois o jovem é o motor que movimenta a sociedade. É ele quem vai ocupar os espaços de participação, os postos de trabalho, as universidades, os meios artísticos. A juventude é o presente para o mundo. Foi em sua juventude que Jesus Cristo viveu e morreu na cruz, depois de questionar o mundo e a sociedade em que vivia.
Laísa Silva Campos
Estudante de psicologia, participante do Diretório Central dos Estudantes da UFMG, assessora do Centro Marista de Juventude, articuladora da Pastoral da Juventude de Belo Horizonte, secretária no Serviço Regional de Evangelização da Juventude da CNBB do Leste 2.