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Jornada Vocacional: “O leigo é chamado a ser na Igreja Sal e luz”, afirma o professor Camilo de Lelis

O quarto domingo do mês de agosto é dedicado à vocação laical,  partilhada pela grande maioria dos evangelizadores que formam o Povo de Deus. Muitos que se dedicam à missão a partir da vocação laical acolhem o chamado de Deus ainda na infância. É o que ocorreu com o  professor Camilo de Lelis, que viveu o despertar de sua vocação ainda na  catequese de iniciação da vida cristã. Ele amadureceu o seu discernimento vocacional participando do grupo de jovens de sua paróquia e, depois, passou a se dedicar à evangelização de jovens universitários na década de 80, quando começou a trabalhar  diretamente com a Pastoral Universitária.

Hoje o professor Camilo de Lelis é presidente do Conselho de  Leigos da Arquidiocese de Belo Horizonte, orientador espiritual da Associação ASSOLUC, que trabalha com acolhida e oração, professor do departamento de ciências da religião da PUC Minas e chefe do ramo pioneiro do grupo Escoteiro Católico São Thiago.

Professor Camilo e seu filho Pedro, que é escoteiro no Grupo Escoteiro Católico São Thiago

Toda a família do professor participa do caminho trilhado pela Igreja e procura testemunhar o Evangelho mas atitudes cotidianas. Camilo é casado  há 14 anos e pai de dois filhos. O filho mais velho, Pedro, 14 anos, já fez a primeira comunhão e é escoteiro no Grupo Escoteiro Católico São Thiago, que tem sua sede na Paróquia Santa Luzia, no bairro Cidade Nova.

O professor Camilo explica que a vocação laical tem a sua fonte no Batismo – o leigo é chamado a ser na Igreja “Sal e luz”. Ele lembra que o documento Lumen Gentium, um dos textos mais importantes do Concílio Vaticano II, diz que o batizado deve se tornar, pela unção do Espírito Santo, “consagrado para ser edifício espiritual e sacerdócio santo.” “O leigo deve assumir o seu ministério próprio. Ele tem como missão se voltar para a sociedade e exercer o seu papel de profeta, anunciando o Reino de Deus e denunciando tudo aquilo que agride toda criatura humana”, afirma. O professor explica que a palavra “Leigo” não é sinônimo de uma pessoa rasa e sem formação, como muitas vezes é usada, e sim de uma pessoa engajada e com formação. “É consciente do seu papel fundamental na Igreja e crítico de uma sociedade muitas vezes injusta”, destaca.

Conforme argumenta o professor Camilo , o Papa Francisco tem clareza sobre a importância do Laicato na Igreja e na sociedade: “O Papa diz que ninguém melhor que os leigos para desempenhar a tarefa essencial de inscrever a lei divina na vida da cidade terrena”.

Camilo destaca que na Arquidiocese de Belo Horizonte o Laicato encontra-se em profunda sintonia com a proposta do Papa Francisco. “Somos um Laicato em saída e comprometido com as grandes causas do nosso tempo. Procuramos viver o grande chamado à sinodalidade pedido pelo Papa Francisco e assumido por nosso arcebispo dom Walmor”, ressalta.

O professor destaca que o laicato assume a grande opção vivida por Jesus Cristo de ir ao encontro dos mais necessitados, opção também assumida pelas Conferências Episcopais na América Latina e pelos projetos da Arquidiocese de Belo Horizonte. “O Cristão Leigo não pode ficar alheio às grandes questões atuais. O Conselho de Leigos se coloca como um espaço de partilha e abastecimento para todo o Laicato da Arquidiocese. Temos espaço no Conselho Pastoral Arquidiocesano e em outros organismos da Arquidiocese. Estamos presentes na vida da Igreja e da sociedade”, explica.

Das dificuldades enfrentadas na vocação, o professor Camilo explica que existem muitas, mas fazem parte do processo de crescimento eclesial. “Temos muitas vezes a presença de um clericalismo. Leigos que acham que a Igreja é somente o padre. E também padres que acham que o leigo não é Igreja. Mas essa realidade vai mudando aos poucos. Temos o desafio de ampliar cada vez mais o espaço de participação das mulheres. Os desafios são muitos, mas a coragem e a luta marcam também a atuação do Laicato”, destaca.

O professor  ressalta que é uma alegria para o cristão leigo participar da Igreja, vivendo o legado deixado por Jesus Cristo. “É bom perceber que estamos contribuindo para um mundo melhor. Como diz uma musica do Padre Zezinho: com a graça de Deus, sou aquilo que sou, leigo na Igreja, membro do Corpo de Cristo”, ressalta.



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