Na mensagem de intenção de oração para o mês de abril, o Papa Francisco nos pede para olharmos “menos as telas” e “mais nos olhos”: “Como eu queria que olhássemos menos as telas e nos olhássemos mais nos olhos!”
A voz do Papa Francisco foi gravada antes da sua internação de 38 dias no Hospital Gemelli de Roma. O vídeo traz uma preocupação mundial em relação ao uso das novas tecnologias e o pedido do Papa para que elas não substituam as relações humanas, mas respeitem “a dignidade das pessoas” e ajudem “a enfrentar as crises do nosso tempo”. Um tema de grande atualidade, especialmente por causa da difusão das redes sociais e do crescente desenvolvimento da inteligência artificial.
“Se gastamos mais tempo com o celular que com as pessoas, algo não funciona. A tela nos faz esquecer que por trás há pessoas reais que respiram, riem e choram. É verdade, a tecnologia é fruto da inteligência que Deus nos deu. Porém devemos usá-la bem. Não pode beneficiar apenas a uns poucos enquanto outros ficam excluídos.”
O alerta do Papa para perigos e riscos
O Papa Francisco recorda, assim, que se a tecnologia não é bem utilizada, pode produzir efeitos negativos. Entre eles estão o isolamento e a falta de relações verdadeiras; riscos como o ciberbullying e o ódio nas redes sociais; além do aumento das desigualdades econômicas, sociais, educativas e de trabalho, por exemplo. Para evitar esses perigos, o Papa convida a colocar a tecnologia a serviço do ser humano, utilizando-a para unir as pessoas e ajudar quem precisa, até para fomentar a cultura do encontro e proteger o planeta:
“O que devemos fazer? Usar a tecnologia para unir, não para dividir. Para ajudar aos pobres. Para melhorar a vida dos enfermos e das pessoas com capacidades diferentes. Usar a tecnologia para cuidar de nossa casa comum. Para nos encontrar como irmãos. Porque quando nos olhamos nos olhos, descobrimos o que realmente importa: que somos irmãos, irmãs, filhos do mesmo Pai.”
As novas tecnologias e a família
O cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, faz ecoar as palavras do Papa Francisco: “as novas tecnologias são um importante recurso e instrumento a serviço da família humana. Para que sirvam ao seu desenvolvimento, o seu uso deve orientar-se pelo respeito da dignidade e dos direitos fundamentais do homem. Vamos nos unir ao chamado do Santo Padre, para que o progresso digital constitua um dom para a humanidade, no respeito da dignidade de cada pessoa, da justiça e do bem comum”.
Acompanhe o vídeo do Papa Francisco.