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Inovar e empreender

Desde o principio, a capacidade de inovação sempre foi garantia da sobrevivência da humanidade. Foi a capacidade de idealizar, de realizar o que foi idealizado, e de conservar e proteger o conhecimento que separou o ser humano dos outros seres que habitam ou habitaram o planeta.

E é esse mesmo conjunto de habilidades que, não surpreendentemente, determina as vantagens competitivas de um povo, uma região ou uma civilização em relação a todas as outras. Para o ser humano, inovação gera capacidade de adaptação e, por conseguinte, superação de obstáculos.

Por isso, países desenvolvidos focam seus esforços na inovação, na invenção e no desenvolvimento de novas tecnologias. Eles compreendem que a criação de condições para inovação é variável fundamental para a aceleração do crescimento.

 

Inovação é o combustível do desenvolvimento
Sem ela, a
mediocridade se
torna o
único objetivo alcançável

Nos EUA, por exemplo, quase dois terços dos empregos criados na recuperação econômica após a crise vêm de novas empresas. Não se trata propriamente de uma surpresa. O estranho, embora talvez tenhamos nos acostumado com esta realidade, é que países como o Brasil dediquem tão pouco esforço à criação de condições para o fortalecimento da sua capacidade de inovar, de gerar tecnologia, de liderar o progresso.

A gente, claro, sempre pode argumentar e explicar baseado na limitação. Afinal de contas, promover inovação tecnológica é somente um dos pontos de uma vasta agenda composta de itens talvez tão importantes quanto esse. É uma maneira de ver as coisas. Mas corresponde a aceitar que excelência (ou, neste caso, a falta de) é destino inevitável. Desculpa confortável, mas falsa.

Inovação é o combustível do desenvolvimento. Sem ela, a mediocridade se torna o único objetivo alcançável. O problema, como disse Thomaz Edison, é que inovação tem cara de trabalho. É o resultado de uma serie de condições que precisam ser meticulosamente criadas ou estimuladas.

Inovação é irmã gêmea do empreendedorismo. Sem empreender, não há como inovar. Ambientes que desestimulam empreendedorismo tem baixa capacidade de inovação ou de geração tecnológica.

Portanto, é estranho, mas não surpreendente que o grau de contribuição do Brasil para o desenvolvimento tecnológico seja tão baixo. Onde a educação é ruim; onde não existe financiamento para novos negócios; onde abrir uma empresa é inferno burocrático, empreender é remar contra a maré.

E assim vamos ficando sem inovar. Deixando tudo na mesma. Importando inovação. Expulsando inovadores. Transformando mediocridade em ambição.

 

Elton Simões
Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV);
MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria



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