A Obra Social Padre José Baldo foi fundada pela comunidade, há 18 anos, em trabalho conjunto com a Congregação Pequenas Filhas de São José. Hoje, as religiosas integram o conselho consultivo e todo trabalho é realizado pela comunidade por meio de 90 voluntários, muitos deles paroquianos da Paróquia São João Batista. Eles ajudam a população mais pobre da região proporcionando desde os cuidados necessários à saúde até a possibilidade de aprender novos ofícios em cursos que colaboram para a geração de renda na comunidade. Professores voluntários atuam em oficinas ensinando aos alunos pintura em tecido, crochê, patwork , bordado arraiolo e origami, para alunosde 8 a 80 anos de idade.
A presidente da Instituição, Regina da Conceição Pinto, explica que um bazar ajuda a manter a Obra e, ao mesmo tempo, oferece aos mais pobres a possibilidade de comprar roupas, sapatos, brinquedos e outros artigos doados pela comunidade, ao preço de R$1,00 (um real). Na loja, são comercializados outros produtos, inclusive os produzidos nas oficinas de artesanato, também a preços bem acessíveis. Os recursos desses dois estabelecimentos são utilizados, basicamente, na compra do material para artesanato.
As religiosas, Irmã Ana Maria, Irmã Bruna e Irmã Priscila, integram o Conselho Consultivo da Obra Padre José Baldo |
Às quartas-feiras, um advogado recebe as pessoas que precisam de alguma orientação jurídica. Frequentemente, a Instituição recebe cidadãos que cumprem penas alternativas, com trabalho comunitário. E o mais interessante, é que muitos deles, segundo Irmã Ana Maria, uma das três religiosas que atuam na comunidade, permanecem como voluntários.
Toda quinta-feira, uma enfermeira e um médico vão até a comunidade para atender a população. A cada semana, são atendidas em torno e 20 pessoas. A fisioterapeuta Marcela tem missão de praticar alongamento. Toda segunda-feira, ela deixa o bairro Floresta, onde mora, e vai até Ribeirão das Neves para atender uma turma de 50 pessoas que buscam melhorar a flexibilidade do corpo e a postura. A maioria é de idosos, contudo, há pessoas de todoas as idades.
Para os mais jovens, o balé tem sido a forma encontrada para trabalhar o físico, a coordenação motora, o equilíbrio, a técnica e, acima de tudo, a sensibilidade artística. Cinquenta alunos frequentam as aulas de dança e se realizam apresentação pública todo o final de ano.
No período da noite, a Obra Social cede o espaço para o funcionamento do EJA –Educação de Jovens e Adultos. Um telecentro mantido em parceria com o poder público oferece noções básicas e informática em cursos de word e excel. Já concluíram o curso 250 pessoas da comunidade. A população também tem um computador à disposição para acesso à internet.
Irmã Ana Maria conta que o próximo passo da Instituição – reconhecida como entidade de utilidade pública estadual e municipal – é firmar parcerias com o Senac para criação de outros cursos , em 2015. Simpática e bem humorada, a religiosa recebe sempre pessoas que desejam conhecer o trabalho realizado e muitas delas, acabam se tornando voluntárias. “A messe é grande e o operários são poucos” – diz a irmã, citando o Evangelho de São Lucas.
Além da preocupação com a qualidade de vida dos moradores do bairro João de Deus, em Justinópolis, as religiosas não se descuidam dos momentos de oração e espiritualidade. “Estamos envolvidas em todos os projetos da comunidade”, afirma Irmã Ana maria.