Pequenos gestos de atenção e solidariedade alegram a vida de crianças e idosos na Paróquia Divino Espírito Santo, em Contagem. Todos os anos, a Comunidade Nossa Senhora da Conceição, localizaa no bairro Guanabara, prepara uma bonita festa no Dia das Crianças, acolhendo aquelas que se sentem solitárias e os meninos e meninas que frequentam a catequese. Os idosos são incentivados a participar de atividades que lhes devolvem alegria e vitalidade.
O casal Paulo Rorberto da Silva e Leda Lopes de Almeida se sensibilizaram com a situação das crianças que passavam os dias nas ruas, sozinhas, e decidiram se unir à comunidade para lhes proporcionar momentos agradáveis de diversão, acompanhados de cachorro quente, doces, refrigerantes, no dia das Crianças. Uma iniciativa realizada em parceria com o Sesc que, segundo Paulo Roberto ,tem transformado algumas vidas. “Tem uma criança que a partir da participação nesses eventos passou a frequentar as Missas de domingo. O garoto levanta bem cedo, se arruma, e às 8 horas está na Igreja. Ele vai sozinho, porque os pais não têm o costume ir à Igreja”.
Além do cuidado com as crianças, a Comunidade ajuda os vicentinos, arrecadando donativos, especialmente, alimentos e roupas. Os pedidos são feitos durante as Missas, e no terceiro domingo do mês, religiosamente, os fiéis fazem suas doações. “A gente se comove com a situação daqueles que passam por dificuldades, e acaba sentindo que é preciso fazer alguma coisa pelo próximo”, afirma Paulo Roberto que, junto com a esposa participa ativamente do Grupo de Oração da Paróquia, do Encotnro de Casais com Cristo e das Pastorais Sociais.
A terceira idade também recebe atenção especial. O grupo que reúne em torno de 35 pessoas com idades de 50 a 84 anos, é a prova de que alegria e amizadade são indispensáveis para a saúde física e mental.
Pessoas chegam sem vontade de dar e receber carinho e, aos poucos vão cedendo ao amor fraternal que reina nesses encontros, mudando , também o comportamento que têm em casa |
Todas as sextas-feiras o grupo se reúne para fazer exercícios físicos, dançar, refletir e participar de palestras que tratam de educação alimentar, saúde e novos hábitos que podem tornar a vida mais leve e feliz. Há 15 anos na coordenação do grupo que começou com a passagem de um seminarista pela Paróquia, Maria Natividade dos Santos, aos 59 anos, sente-se realizada todas as vezes que os filhos ou netos dos idosos comentam sobre o quanto eles estão mais saudáveis e otimistas.
“Procuro mostrar a eles que o importante é não ficar parado. A gente tem que exercitar o corpo e a memória”, afirma a artesã que, além de se dedicar ao Grupo da Terceira Idade, tem uma loja onde comercializa trabalhos em crochê e pinturas em tecido.
A cada sexta-feira o grupo tem uma atividade diferente, decidida conforme a vontade da maioria. Nada é imposto, conforme afirma a coordenadora. Ela conta que, às vezes, prepara atividades com artesanato mas, ao chegar para o encontro do grupo, percebe que as pessoas querem conversar. Assim elas se dividem em duplas, batem um bom papo, e depois partilham com o grupo o que sentiram. Tudo isso fortalece os vínculos entre as pessoas e os resultados são notados pela família. “Tem gente que entra para o grupo tomando remédios para depressão e, assim que começa a participar das atividades, melhora o humor e a atitude perante a vida”.
Uma das terapias mais eficazes, segundo Maria natividade é a do abraço. Ela conta que algumas pessoas chegam sem vontade de dar e receber carinho e, aos poucos, vão cedendo ao amor fraternal que reina nesses encontros, mudando , também o comportamento que têm em casa. Tudo isso, envolve as famílias que passam a participar dos evenos. “Nas festas juninas que fazemos, por exemplo, vêm os filhos, os netos, os genros, e o que se vê é integração de toda a família”.