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Festa de Corpus Christi: adoração ao Amor extremo de Deus

A Eucaristia é o dom pascal por excelência e não um dom a mais, conforme afirma o Papa João Paulo II na Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia (EE).  Esse encontro de ação de graças  encontra-se no centro da vida cristã e não pode ser tratado como uma devoção entre tantas. Por meio desse sacramento, Jesus estabelece uma eterna aliança com seus amigos, conforme lemos na narrativa paulina: “De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês. Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão… (I Cor 11, 23)”.

Sacramento pascal, a Eucaristia convoca-nos à realização da unidade, pois constituímos um só corpo em Cristo (1Cor 10, 17). A assembleia celebrante comunga e participa da vida do Cristo e dela se nutre, para reviver e se reinventar, na superação de conflitos. A Eucaristia cura nossas comunidades do individualismo e do isolamento em que se encasulam tantas pessoas e grupos. 
 

O mistério eucarístico não permite reduções nem instrumentalizações. Há de ser vivido integralmente quer na celebração, quer na adoração eucarística fora da Missa.

Sinal memorial da morte e ressurreição de Jesus, a Eucaristia é pão para comer e vinho para beber, corpo e sangue de Cristo, participação em sua Páscoa. Nenhuma comunidade cristã terá vitalidade missionária sem a Celebração Eucarística. Na citada Encíclica Ecclesia de Eucharistia, o Papa João Paulo II ainda afirma que o mistério eucarístico não permite reduções nem instrumentalizações. Há de ser vivido integralmente quer na celebração, quer na adoração eucarística fora da Missa (EE, 61).

Na quinta-feira depois da festa da Santíssima Trindade celebramos a festa de Corpus Christi, a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, que se insere entre as solenidades do Senhor no tempo comum. Necessário se faz estabelecer a distinção entre esta festa e a celebração da instituição da Eucaristia, na Quinta-feira Santa, no início do Tríduo Pascal.

Antes de morrer na cruz, na última ceia, Jesus deixou-nos a ordem para celebrar sempre o banquete eucarístico. Memorial de sua páscoa, é a expressão da comunhão que Deus quer estabelecer conosco e que devemos criar entre nós. Puro amor, amor que se doa ao extremo, doação da vida inesgotável para a vida do mundo. Verdadeira comida e verdadeira bebida, a Eucaristia é a presença real de Cristo que, em Corpus Christi, se expõe ao culto de adoração.
 

A fé em Deus, que encarnando fez-se nosso companheiro de viagem, seja proclamada em todo lugar e de modo especial em nossas ruas e entre nossas casas.

Criada para afirmar a presença real contra aqueles que ostensivamente a negavam, a devoção eucarística medieval do corpo de Cristo não pode ser compreendida independentemente do mistério eucarístico total. Após o Concílio Vaticano II, a festa de Corpus Christi, cujo auge é a procissão eucarística, perdeu o caráter apologético. Trata-se do testemunho público de fé e piedade para com o Santíssimo Sacramento. Nós não nos envergonhamos do Amor que nos alimenta. Ao contrário, nós o adoramos nas espécies eucarísticas e o levamos às ruas para que o mundo também o reconheça e adore.

Na Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine para o Ano da Eucaristia, celebrado entre outubro de 2004 a outubro de 2005, ao referir-se à tradicional procissão de Corpus Christi, assim recomendou o Papa João Paulo II: “A fé em Deus, que encarnando fez-se nosso companheiro de viagem, seja proclamada em todo lugar e de modo especial em nossas ruas e entre nossas casas, como expressão do nosso amor agradecido e fonte inexaurível de bênção”.

Pe. Antonio Damásio Rêgo Filho
Pároco da paróquia Santa Teresinha
do Menino Jesus da Santa Face

 

 

 

 

 



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