Deus é amor e amor é uma bela prática da misericórdia, por isso quando vivemos o amor, na verdade vivemos a misericórdia e onde devemos, por primeiro, experimentar a misericórdia é justamente em nossa família.
A família deve ser o lugar por excelência onde cada pessoa deve encontrar a misericórdia de Deus, pois no ambiente familiar é que nossas fragilidades são mais conhecidas, mas também é onde temos a possibilidade de sermos mais amados.
A misericórdia deve partir do coração de cada um e o coração é o símbolo do amor. O próprio Cristo teve seu coração aberto pela lança quando estava crucificado e a Igreja nos ensina que dali jorrou sangue e água, com o significado de que esse sangue é purificador e por meio dele Cristo nos resgata amorosamente para o convívio com o Pai. A água nos lembra do nosso batismo, vida nova vivida na comunidade de fé.
Na família podemos exercer o amor quando estamos abertos a perdoar e a pedir perdão, é nela que devemos viver nossa vocação cristã com maior empenho, fazendo, assim, com que todos sintam a alegria de um lar que seja fraterno, acolhedor e misericordioso.
Mais do que necessário, é dever de todos nós fazermos de nossas famílias verdadeiros santuários da misericórdia do Pai para que nelas todos se sintam abraçados pelo amor que parte do coração de Deus |
São João em sua primeira carta, no capítulo 4º, versículo 8º, nos lembra de que Deus é Amor e quem não ama não conhece a Deus. Ao enviar seu Filho justamente Ele demonstra claramente a intenção de fazer-nos entender que seu Amor é real e que sua misericórdia se manifesta na ação de seu Filho Jesus Cristo. Seguindo o exemplo de Jesus devemos também nós superar nossas diferenças e nos colocar em atitude de abertura para amar nossos irmãos.
O Papa Francisco na Misericordiae Vultus (Rosto da Misericórdia), recordando Santo Tomás de Aquino, afirma: “é próprio de Deus usar de misericórdia para conosco e, nisso consiste, de modo especial, a sua onipotência”. Pois bem, se Deus que é onipotente nos perdoa, quem somos nós para não perdoarmos nossos irmãos?
Mais do que necessário, é dever de todos nós fazermos de nossas famílias verdadeiros santuários da misericórdia do Pai para que nelas todos se sintam abraçados pelo amor que parte do coração de Deus e passa pela nossa ação. Assim, tendo um coração misericordioso, sentindo as dores de nossos irmãos e irmãs, sejamos capazes de demonstrar ao mundo que, apesar de tantos atos contrários ao bem comum, é possível ser misericordioso porque nosso Criador é Amor.
Pe. Jorge Filho