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Fiéis se reúnem na Praça da Liberdade, para rezar e meditar sobre os passos da Via-Sacra

Uma multidão de fiéis se reuniu  no Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua – Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, para ouvir o Sermão do Descendimento da Cruz proferido por Dom Walmor. Um momento especial iniciado na noite desta Sexta-feira da Paixão, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, que marcou o encerramento das meditações sobre os passos da Via-Sacra, relembrando a Paixão e Morte de Jesus Cristo.

As comunidades de fé da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, Paróquia São José e Basílica Nossa Senhora de Lourdes se  uniram nesta bonita caminhada, com as orações e reflexões conduzidas pelo arcebispo dom Walmor e pelos padres Marcelo Silva e Nelson Linhares.

No entorno da Praça, foram instaladas 13 estações da Via-Sacra. A cada parada, os fiéis, iluminados pelas luzes das velas, rezavam e cantavam. A meditação da décima-quarta estação ocorreu na Igreja Nossa Senhora da Viagem, seguida do Sermão do Descendimento.

Dom Walmor ressaltou que em cada passo, em cada estação da Via-Sacra, encontramos o que o profeta Isaías descreve em diferentes momentos: o homem das dores, machucado, ensanguentado escarnecido, sofrido e fragilizado. “Quando nós percorremos o caminho da Via-Sacra e proclamamos, na Ação Litúrgica, a sua paixão e morte, somos chamados a olhar tudo isso nele e a compreender que nada disso é dele, mas nosso: o sangue que corre, as feridas, a humilhação não são dele, porque Ele não merece nada disso. Tudo é em razão do nosso pecado”.

Assim, segundo o Arcebispo, todos somos chamados a nos comover profundamente, não como aqueles que têm pena, mas de modo a mexer com o fundo do coração. “Esse é o grande investimento que nosso coração precisa para mudarmos essas estatísticas que colocam o Brasil lá na frente em mortes por homicídio, no trânsito e tantas outras formas, mesmo em relação a lugares que estão em guerra”.

Para transformar essa realidade o Arcebispo reconhece a necessidade de muitos outros investimentos, mas, nesta Sexta-feira Santa, ele destacou que se não houver essa comoção profunda, seremos capazes, inclusive os nossos governantes, de apenas ler as estatísticas, de proclamá-la, sem nada mudar . “Uma comoção que não entra no coração, pode fazer com que alguém que tem a tarefa de tomar providências, de encontrar novos caminhos, de ter intuições de novas respostas, nunca as encontrem porque lhe falta ser tocado no seu coração, iluminado na sua vida”.

O Arcebispo prosseguiu, afirmando que ao contemplarmos Cristo na nossa vida, como Senhor da nossa história, que se oferece por nós na sua paixão e morte, e a vence pela ressureição, precisamos nos comover a ponto de nos fazer desejar e nos esforçar decididamente para ser diferentes. “Ser diferentes no que falamos, no que fazemos, no modo como olhamos as pessoas, como exercemos aquilo é nossa tarefa, tenha maior ou menor expressão social e política, mas conscientes que o que cada um fizer bem feito, por amor, com respeito à justiça, contribuirá decisivamente para empurrarmos a nossa sociedade na direção nova que ela precisa encontrar”.

Por isso, segundo dom Walmor, celebrar o caminho da paixão e morte do Senhor é nos incluir nesse caminho não como simples expectadores, não simplesmente como aqueles que vêm e vão sem serem tocados. “Deus nos conceda a graça de uma sensibilidade profunda, de uma comoção que toque nosso coração e ilumine nossos olhos para ver nossos irmãos de maneira mais solidária, ilumine nossa inteligência para que possamos encontrar nossas respostas, ilumine a nossa cidadania para que à luz da nossa fé, possamos trabalhar para consertar a sociedade brasileira” – disse o Arcebispo.



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