As comunidades de fé do Aglomerado da Serra – Paróquia Santa Dulce dos Pobres – acolheram com alegria o arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, neste 13 de agosto, Festa da Padroeira. O Arcebispo celebrou a Missa dedicada aos enfermos e, em sua homilia, partilhou uma mensagem de esperança. Dom Walmor lembrou que Santa Dulce era fisicamente frágil, enfrentando enfermidades, mas, ao mesmo tempo, expressava grande vigor. “Uma força vinda de Deus”, conforme ensinou dom Walmor, acrescentando: “Essa força a possibilitou se dedicar aos pobres e enfermos, a ter uma vida voltada à oração”.
Dom Walmor sublinhou ainda que Santa Dulce sempre buscava ajudar os necessitados, mesmo quando não tinha recursos – ela não media esforços, oferecia acolhimento. Para exemplificar, o Arcebispo rememorou uma história já partilhada pelo escritor Paulo Coelho. Na juventude, sem dinheiro, o hoje renomado escritor resolveu fugir para a Bahia. Chegando ao destino, se arrependeu e decidiu voltar para casa, no Rio de Janeiro, mas não tinha recursos para comprar a passagem de volta. Paulo Coelho procurou Santa Dulce para pedir ajuda. A religiosa, porém, também não tinha dinheiro para ajudá-lo. A solução encontrada por Santa Dulce foi escrever um bilhete pedindo a passagem, e recomendou a Paulo Coelho que o apresentasse na rodoviária. Paulo Coelho a obedeceu e, assim, conseguiu embarcar para o Rio – o funcionário da rodoviária, reconhecendo a letra da religiosa, disse que não poderia negar um pedido feito por Santa Dulce. Hoje, o renomado escritor é um dos benfeitores da Obra Social construída por Irmã Dulce.
Padre Jefferson da Conceição, que se dedica à evangelização na Paróquia Santa Dulce dos Pobres, concelebrou a Missa. O sacerdote está especialmente alegre com o envolvimento da comunidade do Aglomerado da Serra na Festa de Santa Dulce dos Pobres. “A Festa está uma bênção. Traz um bonito sentido de comunhão e de comunidade. Contribui para que a comunidade paroquial fique cada vez mais inspirada por Santa Dulce dos Pobres, buscando ajudar sempre mais as pessoas, a dedicar-se à oração”.
Padre Jefferson participa da Live Geração Santa dedicada à Santa Dulce dos Pobres neste Dia da Padroeira. Clique aqui para assistir, a partir das 16h.
Santa Dulce, missionária dos pobres
Santa Dulce dos Pobres, conhecida também como Irmã Dulce, religiosa católica brasileira, nasceu em Salvador, Bahia, em 26 de maio de 1914, e faleceu em 13 de março de 1992.
Desde jovem, Irmã Dulce já dedicava profunda compaixão pelos pobres. Aos 13 anos, ajudava mendigos e doentes.
Aos 18 anos, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe, escolhendo o nome de Irmã Dulce em homenagem a sua mãe, que falecera quando ela tinha apenas sete anos.
Após aprofundar sua formação religiosa, Irmã Dulce retornou a Salvador e, em 1939, iniciou seu trabalho solidário no Convento de Santo Antônio, amparando doentes e mendigos que viviam nas ruas e também os leprosos.
Em 1959, Irmã Dulce fundou a “União Operária São Francisco”, que oferecia apoio médico aos operários e suas famílias. Mais tarde, essa organização se transformou na “Associação Obras Sociais Irmã Dulce”, que se tornou uma das maiores organizações de amparo aos pobres do Brasil.
Em 1988, Irmã Dulce foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, em reconhecimento ao seu incansável trabalho dedicado aos pobres. Nesta época ela já era conhecida como “O Anjo Bom da Bahia”.
Irmã Dulce faleceu em 13 de março de 1992, deixando um legado imenso de amor, bondade e caridade. Em 2019, ela foi canonizada pelo Papa Francisco, tornando-se a primeira santa nascida no Brasil.