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CNBB: Dom Vicente Ferreira propõe reflexões e relembra 5 anos do rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana

Nesta quinta-feira, 5 de novembro, o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), completa cinco anos. A barragem rompeu-se na tarde do dia 5 de novembro de 2015, provocando 19 mortes. Além de destruir casas, o mar de lama devastou o Rio Doce e atingiu o oceano no Espírito Santo.

Por ocasião do aniversário de 5 anos desta tragédia, o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e secretário executivo da Comissão Especial sobre Mineração e Ecologia Integral (CEEM) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Vicente de Paula Ferreira, expressou o posicionamento da Comissão da CNBB. “Queremos, nesta data, manifestar nossa solidariedade com todos os atingidos e o nosso compromisso em defesa da Casa Comum”, disse.

A Comissão de Mineração da CNBB endossa pontos importantes da Carta Denúncia denúncia das pessoas atingidas de Mariana atingidas pela barragem de Fundão, com quem a Cáritas desenvolve um trabalho de parceria.

“Exigimos: a) a restituição do direito à moradia digna, incluindo a preservação dos modos de vida, das comunidades destruídas, como as comunidades tradicionais; b) a compensação econômica, mesmo sabendo que alguns direitos lesados são irreparáveis; c) também reafirmamos a reabilitação médica, psíquica, econômica e social dos indivíduos e coletivos; d) apoio à indenização justa pelas perdas e danos materiais e imateriais”, diz o representante da Comissão.

Pedido público de perdão

A Comissão de Mineração da CNBB, segundo dom Vicente, espera a não repetição de desastres criminosos de mesma natureza, como aconteceu a tragédia crime da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). “Cobramos a satisfação a partir de medidas de preservação, restauração da honra, cultura e memória das pessoas, incluindo um pedido público de perdão, o que ainda não foi feito, para que haja assim justiça”.

Para dom Vicente, como os próprios atingidos lançaram o lema: “Mariana, um crime que se Renova”, em referência à associação criada pelas empresas que não defendem os atingidos, há uma clara morosidade nas reparações e alinhamento com os poderes das mineradoras.

“Nós queremos sim renovar nosso compromisso com uma verdadeira conversão ecológica, amparando todas as pessoas que são vítimas de crimes tão hediondos, como disse o Papa Francisco na encíclica Fratelli Tutti, todos irmãos. Que nós possamos passar de uma cultura que mata para uma cultura da fraternidade e da amizade social”, reforçou.



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