“O Espírito Santo nos introduz no mistério da divindade de Cristo”. Esse é tema proposto para reflexão, pelo pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, em sua segunda pregação na Quaresma.
O frade capuchinho propõe a seguinte pergunta: Que lugar ocupa Jesus Cristo em nossa sociedade e na própria fé dos cristãos? Para ele, deve-se falar de “uma presença-ausência de Cristo”. “Em um certo nível – o do espetáculo e da mídia no geral – Jesus Cristo está muito presente. Em uma série infinita de histórias, filmes e livros, os escritores manipulam a figura de Cristo. Tornou-se uma moda, um gênero literário. Chamo tudo isso de parasitismo literário. Mas se olharmos para o âmbito da fé, ao qual ele pertence em primeiro lugar, notamos, pelo contrário, uma ausência perturbadora, ou até mesmo rejeição à sua pessoa.”
A divindade de Cristo, afirma ainda o Frei Cantalamessa, não é um “postulado” prático, como é, para Kant, a própria existência de Deus. Não é um postulado, mas a explicação de um dado de fato, de uma experiência de salvação. “Em outras palavras, não é na salvação que se fundamenta a divindade de Cristo, mas é na divindade de Cristo que se fundamenta a salvação.”
“Mas é hora voltar a nós e tentar ver o que podemos aprender hoje da épica batalha sustentada em sua época pela ortodoxia. A divindade de Cristo é a pedra angular que sustenta os dois mistérios principais da fé cristã; a Trindade e a encarnação. Elas são como duas portas que se abrem e se fecham juntas. Se retirada a divindade de Cristo, tudo se desmorona e antes de mais nada, a Trindade.”
Fonte:Radio Vaticano
