Na perspectiva bíblica, a dignidade e o valor humanos fundamentam-se na criação de cada ser humano à imagem e semelhança do próprio Criador. É devido a isso que todos somos iguais em direitos e deveres, porque assim todos somos igualmente criados.
O Deus bíblico ouve o clamor de seu povo quando está escravizado no Egito. Esse povo experimenta o quanto seu Deus repudia qualquer exploração do trabalho humano, qualquer opressão, qualquer forma de violação da dignidade humana. Quando esse povo é libertado, recebe leis que o ajudam a zelar pelos direitos, alicerçados na igualdade e na acolhida, sobretudo dos mais vulneráveis daquela sociedade, no caso, o órfão, a viúva e o estrangeiro.
Se o mundo, bom e belo, ordenado pelo Criador, vai se desarmonizando, perdendo sua beleza devido à ação humana, ele é reordenado em Jesus de Nazaré a partir do direito e da justiça |
Nos livros dos profetas, percebemos que para eles a justiça não é um conceito abstrato. Ao lado da equidade, ela mantém a defesa dos direitos humanos quando os profetas clamam contra toda a injustiça e manipulação político-religiosa para o proveito de uns poucos. Sua denúncia da violação dos direitos humanos tanto pelo Estado quanto pela falta de solidariedade entre as pessoas é uma constante.
Mas, sobretudo, devemos olhar para Jesus de Nazaré! Suas palavras, seu ministério apontam para a chegada do Reino de Deus: inclusivo, misericordioso, pleno. Nele, marginalizados e pobres têm sua autoestima e dignidade recuperadas, pois todos, até os “possuídos por demônios”, podem ser curados e reinseridos no convívio social. E àqueles que, solidariamente, cuidam do direito do próximo, é assegurada a vida eterna no julgamento final.
Se o mundo, bom e belo, ordenado pelo Criador, vai se desarmonizando, perdendo sua beleza devido à ação humana, ele é reordenado em Jesus de Nazaré a partir do direito e da justiça. Fica claro, então, que só é possível restabelecer a plena comunhão com o Criador na medida em que cuidarmos de toda a criação, em particular daqueles e daquelas que Ele criou à sua imagem e sua semelhança.
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Tânia Dias Jordão
Observatório da Evangelização