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Deus nos impele a servir de forma especial

A Ordem da Santa Cruz, conhecida como Padres Crúzios, foi fundada em 1210, pelo Beato Teodoro de Celles e companheiros que eram cônegos na Catedral de Liége, Bélgica, e retiram-se para um lugar perto da cidade de Huy chamado “Clairlieu”, lugar de luz. Nesse ‘lugar de luz’, inspirados pelo modelo das primeiras comunidades cristãs, como relatado nos Atos dos Apóstolos (2,42), iniciaram uma vida baseada em autêntica vida fraterna, de acolhida e de oração em comum.

Eles se denominaram Irmãos da Santa Cruz, pois se sentiam profundamente marcados pelo mistério da Cruz. Dessa forma, bordaram no seu hábito religioso uma cruzinha vermelha e branca, inspirados no texto do Evangelho de (São João 19,34) que descreve do lado aberto de Cristo na Cruz, de onde jorrou sangue e água.  Assim eles receberam o nome de Crúzios, que vem do francês falado naquela época que quer dizer “os assinalados com a cruz”.

Nestes oito séculos de história, a Ordem se expandiu pela Europa, mas, com as guerras napoleônicas, teve quase todos os seus conventos fechados. Foi só no último século que os Crúzios ganharam novos horizontes quando iniciaram missões na África, Ásia e nas Américas. No Brasil, os primeiros missionários holandeses chegaram em Belém do Pará, em 1934, e em 1948 em Minas Gerais, servindo por muitos anos algumas comunidades paroquiais na Arquidiocese de Belo Horizonte.

 

Como homens marcados pela cruz, temos nossa espiritualidade fortemente enraizada no mistério central da nossa fé Cristã, a oferta de amor de Jesus

Dentro dos muitos modos de viver a vida religiosa, os Crúzios fazem parte dos cônegos regulares e baseiam sua vida em três pilares: a vida litúrgica conventual, a vida fraterna e a vida apostólica. O cotidiano da vida crúzia é marcado por um ritmo de oração em comum, onde os confrades se reúnem par celebrar a Liturgia das Horas e a Eucaristia de forma pública, ou seja, aberta para a participação de todo o Povo de Deus. Esse apreço pela Liturgia forma parte de nossa identidade, pois é o alimento principal de nossa espiritualidade e parte essencial da vida conventual.

 

Como seguidores da regra de Santo Agostinho, a vida em comum é um outro aspecto importante da nossa identidade.  Vivemos como irmãos em comunidade e buscamos encontrar nessa convivência fraterna com os outros um caminho que nos aproxime de Deus. Assim, a comunidade se torna mais que um lugar onde se mora junto, um lugar onde, antes de tudo, se partilha a vida e se faz um caminho de comunhão e apoio mútuo.

Uma comunidade servidora, que em comum busca respostas às necessidades da Igreja e da sociedade. Essa é nossa maneira de compreender nosso apostolado. O trabalho pastoral e o serviço são sustentados pela comunidade. Cada confrade oferece seus dons e habilidades no serviço do anúncio da boa nova de Jesus Cristo. Deus nos impele a servir de forma especial a partir da nossa própria presença de consagrados, sendo para as pessoas um testemunho de fé. Assim, nosso trabalho pastoral não tem um foco exclusivo, mas é amplo tendo em vista os dons de cada confrade e as necessidades da Igreja local e da sociedade.

 

Com nosso carisma e nossa vida, convidamos a um novo olhar sobre a própria vida, reafirmando a beleza de celebrar e viver em comunidade, com a alegre esperança que brota da cruz

Como homens marcados pela cruz, temos nossa espiritualidade fortemente enraizada no mistério central da nossa fé Cristã, a oferta de amor de Jesus. A cruz dessa forma não é compreendida como um trauma, um sofrimento, mas antes de tudo é um sinal de doação, de amor e de esperança. Nossa missão como Crúzios é partilhar com os homens e mulheres de hoje, a alegre esperança da Cruz, a alegre esperança da vida que supera a morte.

Viver a consagração a Deus e os pilares de nosso carisma nos dias de hoje é um grande desafio, mas ao mesmo tempo um dom para a Igreja e a sociedade. Enquanto tantos se fecham no individualismo, no egoísmo, e numa religiosidade personalista, nós, Crúzios, com nosso carisma e nossa vida, convidamos a um novo olhar sobre a própria vida, reafirmando a beleza de celebrar e viver em comunidade, com a alegre esperança que brota da cruz.

A nossa tradição de oito séculos e os novos horizontes do tempo presente nos instigam a mantermos firmes na vivência de nossa vocação e carisma como o maior dom que temos a oferecer para  a Igreja e para a sociedade.

 “Os Crúzios são religiosos que formam uma comunidade buscando responder ao chamado de Deus, consagrando suas vidas numa vivência de fraternidade, de oração e de serviço.”

 

Pe. Julio Cesar Evangelista Resende
Priorato Santa Cruz
Alameda Pe. Agostinho Rijken s/n
Caixa Postal:02
Campo Belo – MG – 37270-000
Telefone (35) 3831-1739
WWW.cruzios.org.br
e-mail: pv@cruzios.org.br

 



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