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Deus é amor, o amor é divino

 

A fé cristã tem como fundamento a revelação de que nosso Deus é Trindade, Uno e Trino, e que o Filho se encarnou, morreu e ressuscitou por nós e por nossa salvação.

Não nos é dado entender o mistério trinitário, do mesmo modo que não entendemos o mistério de uma pessoa, mas podemos nos achegar de modo muito mais belo e profundo: contemplar e adorar o Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo a partir da Palavra. Quando entendemos, a realidade diminui porque é dominada, empobrece. Quando contemplamos e adoramos, Deus vem ao nosso encontro e nos fala como a amigos. Mas permanece o mistério até o dia quando o que “os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e nem suspeitou a mente humana, o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Coríntios 2, 9).

A Encarnação trouxe o Filho para o centro da criação e a Ressurreição conduz a criação ao centro do Deus Trindade

Sirvo-me da palavra de Bento XVI na festa da Santíssima Trindade de 2009[1]: “Três Pessoas que são um só Deus porque o Pai é amor, o Filho é amor, o Espírito Santo é amor. Deus é totalmente e somente amor, amor puríssimo, infinito e eterno. Não vive numa esplêndida solidão, mas é antes de tudo fonte inesgotável de vida que se doa e se comunica incessantemente” (Angelus de 7 de junho de 2009).

Cristo veio ao mundo para que tivéssemos acesso ao amor de Deus e para que esse amor fosse aceso como fogo em nossos corações: “Eu vim lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lucas 12, 49). Do mesmo modo que a essência de Deus é o amor, a natureza íntima da Igreja exprime-se num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria), celebração dos Sacramentos (liturgia), serviço da Caridade (diakonia). Com uma palavra densa, Bento XVI sintetizou o programa da evangelização e da vida cristã: anúncio, liturgia, caridade. São deveres que se reclamam mutuamente, não podendo um ser separado dos outros, e que nos conduzem no caminho do amor divino. Pela continuidade temática de seu ministério, no tempo certo, ele será recordado como o Papa do amor divino.

A presença de Cristo – Deus e homem – é a força que movimenta todo o universo até que Deus seja tudo em todos na potência da ressurreição (1 Coríntios 15, 28). A Encarnação trouxe o Filho para o centro da criação e a Ressurreição conduz a criação ao centro do Deus Trindade.

“É o amor divino, encarnado em Cristo, a lei fundamental e universal da criação”. (Bento XVI, 10 de janeiro de 2009). “A força da caridade é irresistível: é o amor que, verdadeiramente, faz progredir o mundo” (Bento XVI, em Pompei, 19 de outubro de 2008).

 

Pe. José A. Besen



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