Na edição anterior, iniciamos a reflexão sobre os tempos atuais. Um tempo de rápidas transformações e mudanças, que nos chama a estarmos atentos aos sinais das novas realidades.
Convido você, agora, a identificar e refletir sobre as características desse novo tempo.
Cada vez mais, as pessoas se empenham na busca de experiências, algo novo que realmente faça a diferença, traga-lhes novo sentido para a vida, mas na verdade, nem sempre elas têm clareza do que desejam.
Muitas outras questões compõem o conjunto de características desse nosso tempo. Dentre elas, o pluramismo religioso, a crise ambiental, o agravamento da violência e, por que não, algumas luzes que surgem na descuridão.
O pluralismo religioso
O pluralismo religioso é outra marca dos nossos tempos. Existe o pluralismo até mesmo em nossa própria Igreja. Nem todos pensam da mesma forma, mesmo no campo doutrinário. Isto, às vezes, traz preocupações e conflitos. Convivemos hoje com algumas contradições de modelos eclesiológicos que chegam a afetar até as relações pessoais, a pastoral e a presença profética da Igreja na sociedade. Necessita-se de diálogo dentro da Igreja para que as espiritualidades diferentes unam forças em vista do essencial.
A crise ambiental
Preocupante, também, é a grande crise ambiental com previsões trágicas para a vida na Terra e o Planeta, em geral. O que está acontecendo? Desmatamento, extinção de espécies, desertificação, efeito estufa, mudanças climáticas, destruição de grande área da camada de ozônio, esgotamento da água potável… O acelerado crescimento da população mundial coloca em questão as possibilidades nutricionais do nosso Planeta, questiona a distribuição desigual dos “frutos da terra”, os poucos esforços em renunciar ao consumismo, sem pensar ainda no que se gasta em armas nucleares, dinheiro que deveria ser investido no progresso dos povos.
A violência
Uma realidade e contribui para agravar o problema angustiante que é o convívio com a violência. Os presídios estão superlotados. As crianças vagam pelas ruas e são iniciadas na violência. Os cidadãos sentem-se presos, enquanto os criminosos andam soltos. O tráfico de drogas, é um fator que intensifica o problema.
Existe, ainda, a “impunidade” que protege aqueles que praticam a corrupção e os desmandos no direcionamento das verbas públicas para pagamento de altos salários e das mordomias àqueles que governam. Ao mesmo tempo, o operário sequer tem um salário digno. As grandes diferenças sociais e a concentração de renda, sem previsão de solução por parte do governo, estão entre as principais causas da miséria e marginalização do povo.
Algumas luzes nas trevas
Graças a Deus há algumas luzes nas trevas:
– A sensibilidade pelos Direitos Humanos
– As diversas organizações não governamentais (ONGs) que lutam contra as situações de injustiça
– O programa social do atual governo
– Por parte da Igreja, as Campanhas da Fraternidade que abordam grandes problemas sociais.
– A emancipação da Mulher etc.
Para refletir:
O que tudo isso tem a ver com a catequese com adultos?
O adulto que crê, que tem confiança no Deus revelado por Jesus Cristo é aquele que está sempre a buscar o verdadeiro amor de Deus. Procurar conhecer o significado dos gestos, das palavras e dos sinais realizados por Jesus é o objetivo do nosso caminho de fé. Conhecer Jesus é um grande presente para todos os cristãos. Ele trouxe para o meio das pessoas a demonstração de que Deus é amor e ama toda a criação. Ele vem ao encontro das pessoas e deseja fazer comunhão com elas. Os adultos na fé são aqueles que podem buscar esse conhecimento de Deus e transmitir aos demais.
Neuza Silveira
Coordenadora da Comissão Arquidiocesana
Bíblico-Catequética de Belo Horizonte.