Aqui vim, como mineiro peregrino, convosco rezar a Nossa Senhora da Piedade e venerar a memória do saudoso cardeal dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, grande apóstolo da Senhora da Piedade.
Desde jovem acostumei-me a ouvi-lo enaltecer a gloriosa Mãe de Deus, de quem recordava e falava com muito afeto quando recebeu a primeira provisão, apenas ordenado presbítero, para ser capelão do Asilo São Luís da serra da Piedade. Por sete anos foi capelão da Ermida.
A petição de provisão para construir uma capela no alto do morro da vila de Caeté foi concedida pelo bispado de Mariana, em 30 de setembro de 1767. A capela deveria ser erigida com as invocações de Nossa Senhora da Piedade e Santa Bárbara. A construção da capela sobre a rocha estava revestida das esperanças de um povo sofrido pelos seus descaminhos, mazelas e pecados, e que buscava a compaixão, o perdão e o consolo para o fim dos seus dias. O rochedo recebera o sinal do Sagrado, a montanha da misericórdia. Manifestara-se o Seu poder por graças alcançadas e para lá o povo acorreria buscando consolo e esperança para uma vida menos sofrida. Sofrimentos do corpo e da alma. O povo deu o nome a esta serra de “Serra da Piedade”.
Parabenizo ao excelentíssimo arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo pela feliz inspiração em prover as condições físicas e espirituais para melhor atendimento aos peregrinos e tornar público o santuário de Nossa Senhora da Piedade. Para mim, foi grande graça participar do Jubileu da Padroeira de Minas Gerais!
Dom Geraldo Majella Agnelo
cardeal primaz do Brasil e arcebispo de Salvador