Os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte participaram do primeiro debate das Eleições 2016, que foi organizado pelo Núcleo de Estudos Sociopolíticos/PUC Minas (Nesp), Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política e Coletivo de Fé e Política, instituições que integram a Arquidiocese de Belo Horizonte. O Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem – Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua estava repleto, com a presença de muitas pessoas que buscavam conhecer as propostas, os projetos e o perfil de cada um dos 11 candidatos que serão submetidos à votação em outubro. Muitos veículos de comunicação também realizaram a cobertura jornalística do debate (veja os links com as reportagens no final deste texto), que foi o primeiro realizado na Capital Mineira, nas Eleições Municipais 2016.
O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e reitor da PUC Minas, dom Joaquim Mol, participou do encontro e explicou que, ao organizar o debate, a Arquidiocese de Belo Horizonte quis reunir as pessoas, não para uma “guerra de palavras”, mas para que possam dizer o que querem fazer e, assim, permitam que a população comece a fazer a elaboração de suas escolhas. Nesse sentido, o encontro respeitou uma dinâmica em que todos os 11 candidatos puderam, durante dez minutos, apresentar seus projetos. Antes, eles participaram de uma dinâmica em que, de mãos dadas, motivados por um momento de oração ecumênica, caminharam próximos à plateia.
Mediado por Frederico Santa Rick, coordenador de politicas sociais do Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte, o debate permitiu a cada candidato apresentar a própria trajetória de vida e as prioridades de uma eventual gestão à frente da Prefeitura. A ordem de falas foi definida durante sorteio, realizado diante de todos os participantes. Após a apresentação de cada candidato, três comentaristas fizeram as considerações finais: dom Joaquim Mol, o professor Robson Sávio, que coordena o Nesp, e a educadora social Claudenice Rodrigues Lopes, que integra a Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte. Os comentaristas avaliaram o encontro e partilharam expectativas em relação ao futuro da cidade.
Dirigindo-se aos participantes, o professor Robson Sávio disse que cada candidato deve construir seus planos de governo não fechados em gabinetes, mas com a presença da população. Nesse sentido, o coordenador do Nesp destacou a importância de se ouvir os segmentos que têm menos poder para que apresentem suas demandas e necessidades. “O Poder Público deve se preocupar em diminuir as diferenças e construir uma cidade mais justa e igualitária”. Essa necessidade também foi destacada por Claudenice Lopes. A educadora social indicou a urgência de mais investimentos em políticas sociais e de inclusão.
Ao concluir o encontro, dom Joaquim Mol lamentou que a proposta de reforma política defendida pela Igreja e por mais de cem instituições não tenha alcançado a aprovação do Congresso Nacional. Sublinhou que é necessário encontrar caminhos para ampliar a participação da mulher na política e manter permanente vigilância para evitar a volta do financiamento empresarial de campanhas, proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Sobre a participação da Igreja na política, conforme disse o Bispo Auxiliar, a Arquidiocese de Belo Horizonte, com suas 1500 comunidades de fé, busca “reinventar, recriar o que está destruído na esperança das pessoas.” Dirigindo-se aos candidatos, dom Mol sublinhou: “Não podemos deixar que o pobre fique à margem de projetos para a cidade. Por isso, precisamos reestruturar as forças da sociedade. Isso não se faz apenas conversando. É preciso ter determinação, visão clara e muita coragem, para, inclusive, enfrentar desafios e oposições de gente poderosa.”
Repercussão do debate nos meios de comunicação
TV Horizonte
Rede Minas
Rádio CBN
Rádio América