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Criança, símbolo do Reino de Deus

Infância e Adolescência Missionária da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Bairro Camargos

Comemora-se o Dia das Crianças em 12 de outubro com festas, presentes e programações especiais de lazer. Contudo, pouco se reflete sobre o que elas significam na família, nas comunidades e para o futuro da humanidade.

 

As crianças constituem-se na sociedade verdadeiro divisor de águas. Em culturas primitivas e em alguns países modernos, elas não são valorizadas. Como domina o presentismo, elas, no presente, significam gastos e não produzem. Alguns países capitalistas têm mudado de opinião, não por respeitá-las e apreciá-las, mas por as terem transformado em lucrativo consumidor de bens. Seduzem-nas com propaganda e incentivam-nas a forçarem os pais a comprar os produtos oferecidos.

 

A perspectiva cristã transita por outros caminhos. Jesus considera-as, de modo altamente discordante de sua cultura, símbolo concreto do Reino de Deus. Acolhe-as, abençoa-as, propõe-nas como modelo. E repreende os apóstolos que as afastam dele. A cultura brasileira inclina-se antes a  reconhecê-las. Mesmo que haja tantos crimes contra elas, desde a escravidão clandestina e a exploração sexual, a imagem dominante vai noutra direção. Volta-se a bater continuamente na tecla da educação, do cuidado, da rejeição de todo delito praticado contra a criança.

 

Inspirada na prática de Jesus, a Igreja empenha-se seriamente na catequese das crianças com duas intenções fundamentais. A primeira visa a educá-las na fé, quer prolongando as vivências familiares, quer suprindo-as na ausência, cada vez mais crescente. Constata-se, sem dúvida, esforço considerável para melhorar a qualidade da catequese nas diferentes etapas.

 

A experiência diária nos tem mostrado inúmeros casos em que crianças pequenas questionam e mexem profundamente com o coração dos pais no sentido religioso.

O sonho eclesial vai mais longe. Não se detém na simples formação das crianças. Pensa transformá-las em missionárias. E abre-se-lhes enorme campo de atuação na própria família, quer em relação aos pais quer aos irmãos. A experiência diária nos tem mostrado inúmeros casos em que crianças pequenas questionam e mexem profundamente com o coração dos pais no sentido religioso. Perguntam por que eles não frequentam a Missa, se eles acreditam em Deus, se eles realmente têm fé. E os pais, tocados por tais perguntas, com dificuldade conseguem fugir de confrontar-se com a verdade da inocência das crianças.

 

A sua transparência tem força. Elas vão direto aos fatos sem rodeios. E não entendem porque elas frequentam uma catequese quando os pais não estão nem aí para a prática religiosa. Mas quando elas, porém, recebem apoio em casa e na paróquia ampliam muito as possibilidades de atuação missionária.

 

Apostar nas crianças alcança o presente e o futuro. Enquanto adultos, significamos para elas o passado. Elas ao assimilarem valores da tradição, torna presente o que ontem foi passado. E à medida que irradiam e devolvem de modo novo o aprendido estão a ser, ao mesmo tempo, presente e futuro. Presente à medida que não deixam morrer a herança recebida. Futuro porque prometem levá-la à frente.

 

Alimentar no coração das crianças a esperança e lenta realização de sociedade justa e solidária anuncia dias melhores para o futuro da humanidade. Qualquer futuro passa pelo investimento familiar, escolar e social nas crianças, fazendo delas realização já atual do que esperamos do amanhã. E, sobretudo, nos cabe não destruir o frescor infantil no seu coração, com as seduções tecnológicas. Só dele nascem e nele crescem sementes de esperança.

 

Pe. João Batista Libanio, SJ
Professor da Faculdade Jesuíta de
Teologia e Filosofia (FAJE)

 

 



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