O arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, dedicou-se, nesta quarta-feira, 23 de março, à reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal. O encontro, realizado na modalidade online, refletiu sobre diversos assuntos relacionados à atuação da CNBB e de interesse da Igreja no Brasil. Também foi oportunidade de manifestar solidariedade ao povo ucraniano devido à guerra que assola o país há um mês.
Análise de conjuntura eclesial
A equipe do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ) apresentou a terceira parte da análise de conjuntura com o tema “O evento sinodal latino-americano e o caminho da Igreja no Brasil”. O grupo buscou elucidar forças e fraquezas e apresentou estratégias que podem ser implementadas a partir dos elementos identificados tendo a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe como objeto.
Ao final das reações e comentários à análise eclesial, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, lembrou que as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil “têm tonalidades sinodais” e propôs uma avaliação sobre o quanto se coloca essa sinodalidade em prática nas ações pastorais da Conferência. “Uma avaliação caberá de um modo muito mais forte na 59ª Assembleia Geral. Corremos o risco de ter horizontes ricos, interessantes e interpelantes e não praticá-los”, afirmou.
Solidariedade aos ucranianos
A sessão teve um momento dedicado à escuta e manifestação de solidariedade ao povo ucraniano, por meio dos bispos que atendem à comunidade residente no Brasil: dom Volodemer Koubetch, arquieparca da metropolia católica ucraniana, e dom Meron Mazur, eparca da Imaculada Conceição de Rito Ucraniano.
Dom Walmor salientou a ocasião de escuta para “crescer na solidariedade e na disposição de orações”, diante da guerra que ocorre há quase um mês na Ucrânia, com os ataques russos.
Dom Volodemer Koubetch agradeceu a oportunidade de poder partilhar o que tem vivido a comunidade ucraniana sob seus cuidados e também pela solidariedade, a ajuda do Regional Sul 2 da CNBB para acionar a Cáritas na Campanha “Pela Ucrânia, pela vida”.
O bispo chamou atenção para o “sério perigo” de o mundo encarar uma nova guerra mundial. E denunciou o que ocorre na Ucrânia como um massacre, “uma nova versão do genocídio contra o povo ucraniano”, tendo como origem o presidente russo. “É uma situação complicada, muito complexa, imprevisível, um drama humanitário”.
Dom Meron Mazur expressou sua gratidão à conferência episcopal e aos bispos que enviaram por mensagens e e-mails, “orações por esse momento tão difícil que estamos passando”. O bispo partilhou a iniciativa de acolhida de refugiados e algumas informações que chegam do país do Leste Europeu. Segundo dom Meron Mazur, o exército russo tem buscado danificar os corredores humanitários na fronteira com a Polônia.
Ele também agradeceu pelo gesto dos bispos em participarem da Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria.