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Comunidades de fé ajudam famílias a cuidar de suas crianças

As líderes de  pastoral verificam, como está a saúde das crianças, se os cartões de vacinas estão em dia, e mesmo se elas  já têm a certidão de nascimento

Um bonito trabalho inspirado no amor e na solidariedade é realizado pelas comunidades de fé  da Paróquia Maria, Mãe dos Missionários, por meio da Pastoral da Criança.

Na comunidade São Judas Tadeu, a Pastoral atende 45 crianças. As líderes se desdobram para visitar mensalmente cada família, acompanhando o pré-natal das gestantes, o desenvolvimento dos filhos pequenos, e até garantir a cidadania das crianças. A coordenadora paroquial, Cristina Reis, explica que as líderes de  pastoral verificam, por exemplo, como está a saúde das crianças, se os cartões de vacinas estão em dia, e mesmo elas  já têm a certidão de nascimento. Caso contrário,  orientam sobre a importância do registro civil, da vacinação e como utilizar as políticas públicas, especialmente, as relacionadas ao sistema público de saúde.  

 Uma rotina que exige das voluntárias mergulhar no dia a dia das famílias, o que as coloca diante de situações extremas, como a falta de alimentos, roupas e de remédio.  Questões que ultrapassam as atribuições da Pastoral da Criança, mas que segundo a coordenadora na Comunidade São Judas Tadeu, Nerlane Ferreira Damião, não podem ser omitidas. A equipe, então,  comunica à paróquia e aos moradores da região, que se mobilizam para conseguir doações. Mas quando o problema é relacionado à defesa dos  direitos da criança, a situação é apresentada à instância competente para que seja solucionado.  

A realidade  na comunidade Santa Beatriz, bairro Montreal, é semelhante.  As cinco líderes da pastoral se desdobram para visitar 49 crianças, de 35 famílias. Um trabalho exaustivo que exigiria mais voluntários.  Segundo Cristina Reis, existe, ainda, grande demanda de acompanhamento de gestantes que, por esse motivo, não pode ser atendida.

Na comunidade Nossa Senhora Aparecida, as 30 crianças cadastradas pela Pastoral aguardam a retomada do trabalho, com a chegada de uma coordenadora e de novas integrantes para dar continuidade ao serviço. “Mas isso depende da boa vontade de pessoas da região, dispostas a doar parte do tempo que têm aos que necessitam”, explica.  Assim, além de ajudar os que mais necessitam, quem participa precisa desenvolver ações para sensibilizar os membros da comunidade a fazer parte das equipes.

A coordenadora da Comunidade São Judas conta que a própria realidade marcada pela carência material, espiritual e emocional das famílias a sensibilizaram para esse trabalho. “Sempre me incomodou não fazer nada pelas pessoas que precisam de ajuda, mas, ao mesmo tempo, não sabia como atuar. Foi então que encontrei a Pastoral da Criança”.  Nerlane  é líder de Pastoral  há três anos e atribui as conquistas alcançadas á determinação e ao amor das integrantes pelas crianças e ao apoio do pároco, Padre Hélio Parreiras. “Eles nos acolhe, nos apoia e, quando necessitamos, nos orienta”.

Uma vez ao mês, a Pastoral realiza a Celebração da Vida. É quando todos os assistidos se reúnem para a pesagem das crianças, a troca de experiências em rodas de conversas e para ouvir as palestras com temas relacionados à saúde infantil – como os hábitos de higiene, o preparo e administração do soro caseiro,  em casos de desidratação-  e os cuidados que a  gestante deve ter durante a gravidez. Também faz parte do trabalho das líderes preparar um relatório que periodicamente é enviado à coordenação nacional.

Contudo, o maior desafio, segundo a coordenadora paroquial,  Cristina Reis, é lidar com a questão da violência contra a criança.  Ela conta que a pastoral já foi procurada até para mediar uma situação em que a mãe  estava prestes a perder a guarda da filha por maus tratos. Nesse caso, por exemplo, a Pastoral agiu no sentido de orientar a mãe e buscou ajuda psicológica nos posto de saúde.  “Outra dificuldade é conseguir atendimento especializado, fundamental em casos como esse. E mesmo quando se consegue marcar uma consulta com o psicólogo, às vezes a pessoa que mais  precisa não comparece”.

A recompensa, no entanto, é sempre maior do que o trabalho e os sacrifícios. É o que garante a coordenadora, ao recordar a situação de uma criança encaminhada pelo posto de saúde. Filha e uma dependente química, não conseguia, sequer, ficar de pé.   Mas ao receber diariamente doses da Farinha Enriquecida, doada pela Pastoral, aos poucos foi se recuperando, fortalecendo os músculos e os ossos, até caminhar normalmente. “Uma conquista  que não preço”, afirma Cristina Reis.

 


A Pastoral acompanha os batizadas das crianças católicas, contudo, o apoio às famílias independe da religião que professam 

 


O carinho com as crianças e com as mães marcam a Celebração da Vida, realizada uma vez por mês

 


Em datas especiais as crianças festejam com doces e refrigerantes, mas nos dias comuns são oferecidos alimentos saudáveis nos encontros para a celebrar a vida 

 

 



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