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Como está a sua fé depois desse tempo de Pandemia?

Nesse Tempo em que estivemos afastados das atividades presenciais, encontros catequéticos, sentimos, muitas vezes, a necessidade de estar com alguém, pois viver a nossa fé, além da nossa relação com Deus, necessário se faz a relação com nossos irmãos de fé. A nossa fé cresce na dinâmica da relação interpessoal.

Mas como é ter fé?Ter fé é acreditar em Jesus Cristo (Mt. 16, 13-17)

A fé é dom de Deus. Se a fé é dom, é graça de Deus. Ela nos é dada para que possamos desenvolvê-la, cuidar, deixar se desabrochar e manifestar-se em nós. A fé é uma virtude pela qual cremos em Deus e em tudo o que nos revelou. É compromisso. Ela nos leva ao comprometimento com Deus que nos ama, mas também ao comprometimento com o outro, o meu próximo, ou àquele a quem eu preciso me tornar próxima. Mas a fé tem também suas exigências: convida-nos a darmos testemunho dos ensinamentos de Jesus.

Assim como toda semente jogada na terra precisa de cuidados para desenvolver e crescer, assim também é a fé, esta semente colocada no coração do homem que necessita de cuidados para dar bons frutos. Não para a nossa própria satisfação, mas para o nosso crescimento humano junto com os demais irmãos e irmãs. Amar e se deixar amar nessa relação de gratuidade para com o próximo, nos faz perceber Deus. E o que nos leva a fazer essa experiência de Deus é o acreditar no seu amor, é ter fé.

Deus nos dá a vida

E o que é a vida? Ela é amor, esperança, paz, perdão, liberdade, gratuidade, diálogo, justiça, pão partilhado, boa vivência na comunidade, na família, nos ambientes de festas, ou seja, é o amor pleno de Deus no coração de cada um, lugar onde ele é germinado e dali, deve sair para ir ao encontro do outro. O meu sim a Jesus Cristo me leva a dizer sim a vida, à comunidade, à Igreja e a todos os meus irmãos na fé.

Então nos perguntamos: Por que tanto desamores e tanta violência no mundo?  Tantos males e sofrimentos não são frutos da vontade de Deus, mas muitos males são causados pelo ser humano que desrespeita o projeto de Deus, aquele projeto da construção do Reino que Jesus veio nos revelar e nos convidar para juntos construí-lo. Para Jesus, a vivência do amor nos faz felizes e participantes do Reino de Deus (Mt. 5,7).

Quando, por livre escolha, abandonamos esse amor de Deus, ou, quando o sofrimento nos leva a pensar nesse abandono de Deus, mesmo assim, Deus se faz presente, com suas mãos estendidas para nos acalentar e nos dar a coragem de continuar. Perceber essa presença de Deus nos é possível se abrimos o nosso coração para a acolhida desse mesmo amor que vem por meio da vivência fraterna, do perdão e do amor, da ajuda desinteressada, da escuta, da fé e da esperança.

fé

A fé como resposta da palavra revelada

A fé é a resposta à ‘Palavra’ ouvida e acolhida. Uma afirmação constante da fé é: “crer em Deus quando ele se revela”. Pela Revelação Deus se abre à criatura humana, manifestando-lhe os segredos de sua intimidade e amizade. Assim, a verdadeira fé é dom e assentimento (podemos ver alguns textos bíblicos que nos ajudam nessa reflexão: Rm 16,26, 1,5; 2Cor 10,5-6; Ef 1; 13; 1Cor 15,11; Mc 16, 15-16).

Observemos o exemplo de Maria, a mãe de Jesus, aquela que escutou e acolheu e amou a Palavra de Deus, que carregou em seu seio a Palavra viva, que fez a grande experiência do amor e da fidelidade de Deus, por meio de Jesus Cristo. Ela meditava e guardava a Palavra de Deus no coração, colocando-a em prática (cf. Lc 11,27-28; Lc 8,19-21).

A vivência da fé e a religião

Quem tem fé pratica as verdades da religião. A religião é a sustentação da nossa fé. Com Jesus aprendemos a amar e a servir. Com ele podemos aprender muita coisa do seu jeito de viver. Somos todos convidados a segui-lo. E seguir Jesus é seguir seu estilo de vida. Ele constantemente chama: homens e mulheres, rapazes e moças, jovens e crianças. Convoca a todos em vista do amor para com o mundo. Ser essa pessoa de fé é preciso estar sempre pronta para dar contas a respeito de tudo aquilo que me impele, do que vivencio e de que direção estou dando à minha vida. A fé cristã é sempre um desafio que nos provocam a descobrirmos quem somos como pessoa e quais as nossas capacidades de vivenciar encontros verdadeiros que possibilitam a nossa transformação.

Olhando para o mundo de hoje, como viver a fé, o amor ao próximo? Continuam firmes na fé? Retornando às atividades, aos contatos com as pessoas, irão criar novas relações, fazer novas experiências e refletir: nos ambientes em que frequento, estou pronto para viver o amor como: partilha, dom, ternura, uma virtude que me leva a amar a Deus e as pessoas, ou um amor egoísta que mais aprisiona do que liberta?

Façam uma leitura de Jo 15,9.15. Observem o pedido de Jesus: “permanecei em meu amor. […] tudo o que ouvi de meu Pai eu vos dei a conhecer”. Rezar a profissão de fé meditando bem estas frases: Eu creio em Deus Pai. Creio em Jesus Cristo, Creio no Espírito Santo que santifica a minha Igreja.

Neuza Silveira de Souza. Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.



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