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Comitê Arquidiocesano das Águas: dom Walmor faz importantes partilhas sobre a missão educativa da Igreja na defesa da Casa Comum

O Comitê Arquidiocesano das Águas, criado nesta semana na Arquidiocese de Belo Horizonte, foi tema de live transmitida pela TV Horizonte e também pelas redes sociais da Arquidiocese.

O arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo, responsável pela criação do Comitê, fez importantes partilhas sobre a defesa do meio ambiente e, em especial, da preservação da água, um bem finito e indispensável à vida. Participaram do debate o vigário episcopal para o meio ambiente, padre Fernando César do Nascimento e o professor João Henrique Rettore Totaro, coordenador do Comitê.

De acordo com dom Walmor, entre as atribuições do Comitê Arquidiocesano das Águas  estão a mobilização da sociedade e o trabalho educativo sobre a importância da preservação ambiental, além da comunicação às autoridades  dos flagrantes desrespeitos às normas de proteção do meio ambiente, especialmente os que comprometem as nascentes, rios e lençóis freáticos.

“Não podemos esgotar os recursos naturais da Casa Comum por causa de nossos estilos de vida equivocados. Esse conjunto de hábitos tem atingido um dos nossos recursos mais preciosos, que é a água. A Arquidiocese de Belo Horizonte, por meio do Comitê, reforça o seu papel educativo levando em conta o horizonte da Ecologia Integral”, afirma o Arcebispo.

“Queremos estabelecer um diálogo com as comunidades de fé para saber o que elas querem para o futuro do planeta. Eu compreendo que a Igreja, mais do que nunca, tem que exercer seu papel educativo, baseada nos valores do Evangelho de que a vida é um dom que precisa ser preservado em todas as etapas”, acrescenta.

Dom Walmor explica que o Comitê inspira-se na Carta Encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado com a casa comum, do Papa Francisco. O Arcebispo lembra que “as diversas crises que, no decorrer dos anos, envolveram e envolvem as águas no território da Arquidiocese de Belo Horizonte, sejam elas provocadas por enchentes ou períodos de racionalização no uso de água, impostos por longas estiagens e abaixamento da umidade relativa do ar, bem como a contaminação de águas em nascentes, riachos e rios e, ainda, pela canalização de córregos e ribeirões, são sintomas de uma questão tratada inadequadamente pelos poderes públicos”.

Padre Fernando, que nos últimos anos se dedicou aos trabalhos de evangelização como reitor no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade e hoje está à frente da Paróquia São Sebastião, em Brumadinho, destaca que as pessoas precisam fazer uma reflexão onde ciência e fé caminham juntos para a gestão da Casa Comum. “Como integrante do Comitê, espero exercer o meu profetismo e  fazer com que a sociedade entenda a necessidade de preservar o meio ambiente. Vejo que muitas pessoas não têm consciência da finitude da água e o papel da Igreja, com a sua missão educativa,  é contribuir ainda mais com o exercício da fé e da ciência baseadas na Carta Encíclica Laudato Si’”, diz.

Gestão preparada

Formado por uma equipe de especialistas, com sólida formação acadêmica e experiência na área ambienta, o Comitê se dedicará a ações que contribuam na formulação de políticas públicas de modo a garantir a preservação e o acesso universal à água, bem essencial à vida.

Segundo Totaro, o Comitê se dedicará, ainda, a promover “aulas abertas”, contribuindo para que a população exerça a cidadania também na defesa dos recursos naturais. “Em um país como o nosso, onde temos um volume grande de água à nossa disposição, muitas vezes falta responsabilidade das pessoas com relação ao bom uso desse recurso tão precioso. Precisamos ter um senso de coletividade e refletir sobre como é a nossa relação com a natureza e seus recursos”, pontua.

E é por isso que uma das  propostas do Comitê é a realização de aulas abertas, para conscientizar  as pessoas de forma gradual e abrangente sobre a importância de cuidar do meio ambiente. “Para isso, contaremos com a produção de materiais educativos e aulas nas comunidades de fé, com temas específicos e entendendo quais são as necessidades de cada região”, finaliza.

Integrantes do Comitê

Integram o Comitê o Vigário Episcopal para o Meio Ambiente da Arquidiocese de Belo Horizonte, padre Fernando César do Nascimento, a Professora Aleluia Heringer Lisboa Teixeira, doutora em educação; o Professor Antônio Luiz Gonçalves do Nascimento, especialista em direito urbanístico e ambiental; a Professora Elaine de Fátima Ferreira Barros, especialista em geografia humana; o Professor Geraldo Tadeu Rezende Silveira, doutor em meio ambiente; o Professor Henrique Paprocki, doutor em tomologia; o Professor João Henrique Rettore Totaro, doutor em linguística, e a Professora Mônica de Cássia Souza Campos, doutora em ciências naturais.



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