A Comissão Arquidiocesana de Justiça e Paz de Belo Horizonte (CAJP) realiza um trabalho de fundamental importância na promoção da dignidade da pessoa humana e da justiça social. Reitera o compromisso da Igreja Católica com a justiça e o direito dos mais pobres, com os valores democráticos, ambientais e com o diálogo inter-religioso.
Vinculada ao Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental da Arquidiocese de Belo Horizonte, a CAJP foi criada pelo arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo. Trabalha em permanente diálogo com a Comissão Brasileira de Justiça e Paz, – que oferece assessoria à CNBB -, com o Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas, instituição da Arquidiocese de Belo Horizonte, e com a Academia de Juristas Católicos e Humanistas (AJUCH), importante grupo de trabalho também criado pelo Arcebispo.
A Comissão Arquidiocesana de Justiça e Paz de BH também participa do movimento Pacto pela Vida e pelo Brasil, que se dedica às questões relacionadas à pandemia e suas consequências em todo o território nacional. “Uma situação muito grave. São mais de 500 mil mortes, fora as que não foram reportadas” – constata o presidente da CAJP, professor e jurista José Luiz Quadros de Magalhães.
“É muito trabalho, neste momento tão grave no nosso país e na história do mundo, o que também envolve a questão ambiental”- pontua o Professor José Luiz, ao destacar o acompanhamento realizado pela CAJP da situação decorrente do rompimento da barragem com rejeitos de mineração, em Brumadinho, e os estudos das ações em defesa dos atingidos. “Nossa atribuição é também buscar as medidas judiciais que possam ser tomadas e participar das iniciativas em defesa dos direitos da população, dos direitos humanos”.
Com entusiasmo e esperança em um país mais justo e fraterno, o jurista fala sobre a atuação da Comissão, criada há quase oito meses. “Desde o começo temos feito o acompanhamento de fatos relacionados aos direitos humanos e à proteção das pessoas vítimas de violação, o que acontece em Belo Horizonte e no Brasil inteiro, especialmente nesse momento absurdo que estamos vivendo”.
Junto com a Academia de Juristas e Humanistas Católicos da Arquidiocese, a Comissão de Justiça e paz acompanha várias situações graves. O presidente da CAJP cita como exemplo os ataques verbais sofridos pela deputada estadual Andréa de Jesus, por colegas parlamentares, na Assembleia Legislativa de Minas. “Nesse caso, fizemos uma nota com argumentos fortes, mobilizando várias instituições que nos apoiaram, em defesa da deputada, e enviamos esse manifesto à Assembleia Legislativa”. O jurista recorda que recentemente a Comissão interveio em favor de soldados de um determinado quartel de Minas Gerais. “Enviamos uma carta ao Governo do Estado, à Assembleia Legislativa e ao comandante da Política Militar. A solicitação foi atendida”.
A Comissão de Justiça e Paz tem ainda a missão educativa, igualmente importante. Uma série de programas será produzida para exibição nas rádios e televisões de inspiração católica. Esse projeto foi idealizado em recente reunião com o bispo auxiliar e reitor da PUC Minas, dom Joaquim Mol, que acompanha a Comissão. “O objetivo é levar ao maior número de pessoas as discussões que estão aí no nosso dia a dia, que precisam ser vistas, debatidas e solucionadas” – explica o presidente da CAJP. O primeiro passo, segundo ele, é ver o que está acontecendo, entender e imediatamente combater os muitos tipos de problemas que atingem particularmente os mais pobres: o genocídio da população jovem negra, a violência policial, a situação carcerária, a fome que retornou ao país, a população em situação de rua.
“Esse tem sido resumidamente o nosso trabalho nesses quase oito meses de criação da CAJP, sempre acompanhando o que tem acontecido em Belo Horizonte e municípios da Região Metropolitana, que compõem a Arquidiocese de BH, mas também denunciando, atentos, e esclarecendo a população sobre o que tem acontecido no plano político e seus desdobramentos” – conclui o Professor José Luiz Quadros de Magalhães.
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