A Capela Nossa Senhora da Boa Morte, localizada no distrito de Boa Morte, em Belo Vale, Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi totalmente restaurada e será entregue à comunidade neste domingo, dia 12 de junho, com uma grande festa. A restauração contou com o trabalho e acompanhamento do Memorial da Arquidiocese de BH, e foi conduzida pelo Grupo Oficina de Restauro.
Na programação da festa de entrega está prevista Missa às 10h, celebrada padre Wellington Eládio Nazaré Faria, da Paróquia São Gonçalo. A comemoração inclui procissão motorizada, quando serão levadas à Capela seis imagens também restauradas. No acervo, estão a da Padroeira, Nossa Senhora do Carmo, Santa Efigênia, São Sebastião, São Benedito e Santo Antônio.
De acordo com o padre Wellington, “é um momento importante para a comunidade, que sempre defendeu seu patrimônio religioso e histórico. Estão todos muito animados para a acolhida às imagens e o cortejo de celebração do final do restauro. Temos, agora, mais duas obras em restauração, que são a Capela de Santana, com previsão de término em setembro, e a Matriz de São Gonçalo, com início do restauro dos altares colaterais e do arco-cruzeiro previsto para este mês. A conclusão de todo o serviço de restauração deve ser entregue ainda este ano”, disse.
Capela Nossa Senhora da Boa Morte
A Capela Nossa Senhora da Boa Morte foi construída no século 18, antes de 1731. O templo, que está situado a seis quilômetros do Centro do município, demandou um ano de obras, com o trabalho e acompanhamento do Memorial da Arquidiocese de BH, coordenado por Goretti Gabrich, e foi conduzida pelo Grupo Oficina de Restauro.
O restaurador Adriano Ramos, responsável pelo trabalho no interior da construção, explicou que os estragos eram enormes, tanto que o forro da capela-mor perdeu a pintura devido à entrada de água da chuva, durante muitos anos. “As pinturas originais se perderam, sendo mantida a aplicada na primeira reforma da decoração interna.”
Tombada pelo município de Belo Vale e pertencente à Paróquia São Gonçalo, a Capela Nossa Senhora da Boa Morte teve as obras civis (estrutura e arquitetura) concluídas em 2016. Na época, ficou à frente da intervenção a Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de Belo Vale (Aphaa-BV), seguindo recomendações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que pediu providências para o bem não ruir.
Conforme pesquisa do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, coordenado por Goretti Gabrich, a Capela Nossa Senhora da Boa Morte, em 1857, encontrava-se subordinada a São Gonçalo da Ponte, atual Belo Vale. Atualmente, o frontispício traz gravado o ano de 1760, e consta que pertenceu às freguesias de Congonhas e de Bonfim, cuja jurisdição ficou até 1911.
O Arquivo Eclesiástico de Mariana, no Livro de Batizados da Matriz Nossa Senhora da Conceição de Congonhas, registra cerimônias de batismo celebradas na capela já em 1731, em sua maioria de filhos de escravos. No histórico do processo de tombamento municipal, há informações que vinculam a criação do primitivo Arraial da Boa Morte a uma área de fortificação militar conhecida como Forte das Casas Velhas, hoje em ruínas e situado em área pertencente a uma mineradora.