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Colocar-se no seguimento de Jesus Cristo

Diz o Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Evangelli Gaudium (Alegria do Evangelho): O Evangelho convida-nos sempre a abraçar o risco do encontro com o rosto do outro, com a sua presença física que interpela, com os seus sofrimentos e suas reivindicações, com sua alegria contagiosa permanecendo lado a lado. A verdadeira fé no Filho de Deus feito carne – Jesus Cristo – é inseparável do dom de si mesmo, da pertença à comunidade, do serviço, da reconciliação com o outro. O Filho de Deus, ao se encarnar, convidou-nos à revolução da ternura fraterna.

 

Nas relações de uns para com os outros crescemos na fraternidade mística, contemplativa que sabe descobrir Deus em cada ser humano

A exemplo da prática das primeiras comunidades, como Igreja, somos convidados a ir ao encontro do outro, valorizá-lo e aceitá-lo como companheiro de caminhada. Para isso, precisamos aprender a descobrir Jesus no rosto dos outros, na sua voz, nas suas reivindicações e aprender também a sofrer com Jesus crucificado, quando recebemos agressões injustas ou ingratidões, sem deixarmos de viver a fraternidade.

O Jovem no seguimento de Jesus Cristo

Nas relações de uns para com os outros crescemos na fraternidade mística, contemplativa que sabe descobrir Deus em cada ser humano. Mais do que em outros tempos, o jovem de hoje é chamado a viver como comunidade que seja sal da terra e luz do mundo. Um pedido de Jesus conforme Mateus 5, 13-36. Ser Sal da terra e Luz do mundo nos ajuda a colocar a Igreja em movimento de saída de si mesma, de missão centrada em Jesus Cristo, de entrega aos pobres.

Ser sal é ser o que dá gosto às coisas. Ser luz é ser o que ilumina. Para ser sal e ser luz exige cuidado e discernimento para viver no equilíbrio e não deixar-se salgar de mais ou iluminar-se de menos; esconder a luz, ou ainda, ser luz somente para si mesmo.

Deus quer que sejamos sal e luz para a construção do seu Reino. Jesus disse que não se acende uma luz para colocá-la debaixo da mesa, mas na luminária. Disse também que não se pode esconder uma cidade sobre uma montanha. Nesse sentido, o que se deve fazer é discernir a luz que brilha para Deus e o sal que salga para o bem. É para dar essa temperança ao mundo, por meio da pratica de ações que abre caminho para o Reino de Deus, que os jovens de hoje são convocados pela Igreja. Muitos jovens participam da vida da Igreja, integram grupos de serviço, têm iniciativas missionárias. Muitos, diz o Papa Francisco, são “caminheiros da fé”, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra. Essas ações práticas devem estar interligadas com o jeito de ser e fazer de Jesus, ou seja, com o método de Jesus.

 

Para se encontrar com Deus nos fatos da vida e perceber seu amor misericordioso para conosco é preciso estar atento ao amor que Jesus revelou na história dos homens

Qual é o método de Jesus? Qual o seu jeito de falar, de tratar as pessoas? Qual a clareza da sua missão, a opção em prol dos pequenos, a crítica ao sistema opressor, o testemunho, as palavras, o jeito simples de falar do Reino e da missão? Jesus é o método. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6), ou seja, eu sou o método que gera vida, que liberta, que faz deste mundo “um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1).

Vários textos dos Evangelhos deixam claro esse método de Jesus e vale estudá-los para um aprofundamento naquilo que é o  jeito de ser de Jesus: Jo 3,1-24; Jo 4,1-42; Jo 9,1-14; Lc 24,13-35; At 8,26-40; At 11, 18-28; 18, 1-11. Por meio desse estudo podemos aprofundar a nossa espiritualidade, pois ela nos leva a buscar a fidelidade ao Espírito, que nos ajuda a discernir os sinais dos nossos tempos.

Uma vida de espiritualidade, uma vida de fé, ajuda a realizar melhor o projeto missionário ao qual somos chamados a desenvolver e nos leva a aprender o sentido mais amplo, a verdadeira busca de Deus nos acontecimentos da vida cotidiana.

Mas, para se encontrar com Deus nos fatos da vida e perceber seu amor misericordioso para conosco é preciso estar atento ao amor que Jesus revelou na história dos homens. É com esse amor que Deus, ao criar o ser humano, o coloca em liberdade diante dele, deixando-o ser o que ele quer ser. Jesus, ao revelar o amor de Deus, exprime-o ao longo de sua vida pelo respeito às decisões das pessoas. Esse amor revelado por ele não se aprende nos livros. Aprende-se um com o outro, nas experiências realizadas, na vida de comunidade, lugar onde as trocas de experiências fortalecem a caminhada missionária e nos coloca no seguimento de Jesus Cristo.

 

Neuza Silveira de Souza
coordenadora da Comissão Bíblico-Catequética da Arquidiocese de BH

 

 



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