O clero da Arquidiocese de Belo Horizonte reuniu-se em Assembleia Geral presidida pelo arcebispo, dom Walmor, com a presença dos bispos auxiliares dom Joaquim Mol, dom João Justino, dom Luiz Fechio e dom Wilson Angotti. O encontro, realizado na terça-feira, dia 2 de dezembro, ocorre duas vezes por ano. É oportunidade para as reflexões sobre a ação pastoral e tem como um dos objetivos reforçar valores e princípios que marcam a caminhada pastoral dos sacerdotes, e a indicação de perspectivas.
Durante a Assembleia, dom Walmor partilhou com os padres os resultados das ações sociais da Arquidiocese, entre elas, a adoção do Projeto Providência que cuida de três mil crianças e adolescentes oferecendo escolarização, por meio de três unidades do Colégio Santa Maria, e profissionalização. Essas ações – sociais e pastorais- foram destacadas também em vídeo, produzido pela TV Horizonte, sobre a retrospectiva de 2014 na Arquidiocese de BH, e exibido durante a Assembleia.
O Arcebispo ressaltou, ainda, a importância do trabalho de cada sacerdote, dos religiosos e dos fiéis para crescimento, ampliação e fortalecimento das redes de comunidades o que, segundo ele, deve ocorrer a partir do Ministério da Palavra. “Precisamos de muitos ministros da Palavra nessa missão. Espero que dentre tantos outros projetos e frentes missionárias nós possamos dar esse passo, pois com a força da Palavra de Deus, a Igreja torna-se mais missionária e capaz para servir mais”.
A qualificação do serviço presbiteral a Deus e a seu povo, também foi tema da Assembleia, com a apresentação, pelo padre Márcio Paiva, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, de pesquisa realizada pela Pastoral Presbiteral na Arquidiocese de Belo Horizonte, sobre a ambiência, a vida e o ministério sacerdotal. “Essa iniciativa não só traz grandes contribuições para a identificação de situações favoráveis que possam servir de exemplo, mas, para aquelas mais difíceis, onde é preciso tocar e, a partir daí, fazer nascer projetos e respostas novas”, disse dom Walmor. Assim, o arcebispo destacou a importância da qualificação da vida e do ministério de cada presbítero, “daqueles que devem servir ao povo de Deus”. Diante dos dados apresentados, os bispos auxiliares fizeram considerações sobre as realidades de cada região episcopal, com a participação e questionamentos dos sacerdotes presentes.
Dom Luiz Fechio, coordenador da Pastoral Presbiteral, ressaltou que o resultado da pesquisa foi muito positivo e esclarecedor a respeito do dia a dia do padre, contribuindo para o fortalecimento da colegialidade entre os presbíteros. “Além do convívio com suas comunidades de fé, é fundamental para os sacerdotes fortalecerem os laços de amizade entre si. Somando forças e nos enriquecendo mutuamente, cada um de nós, com suas diferenças, trazemos nossas contribuições para que o trabalho como um todo seja melhor”.
Durante o encontro, foram apresentados os resultados do Fundo de Solidariedade que reverte o repasse de 5% dos recursos de todas as paróquias da Arquidiocese para obras de infraestrutura das paróquias mais necessitadas e sacerdotes que precisem alguma ajuda. Padre Chico Pimenta, confirmado na coordenação do Fundo de Solidariedade para a gestão de 2015, considerou positivo o desempenho desse ano e acredita em resultados ainda melhores para o próximo ano.
Reforma Política
Dom Joaquim Mol, presidente da Comissão da CNBB para Acompanhamento da Reforma Política, apresentou aos padres publicação sobre o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Reforma Política. O texto traz esclarecimentos sobre os termos do projeto, as formas de acesso pela internet de todo o material informativo e formativo, e o formulário para coleta de assinaturas nas paróquias e comunidades de fé.
O bispo pediu o empenho de todos os padres para a informação dos fiéis sobre a importância desse projeto na correção de rumos do País e no combate à corrupção. Dom Mol destacou como essenciais as propostas de financiamento público das campanhas políticas e de participação direta do cidadão nas decisões mais importantes para o País – a chamada democracia participativa. Ressaltou, ainda, a urgência desse trabalho, ao lembrar que as entidades que integram a Coalizão pela Reforma Política pretendem recolher, até fevereiro, um milhão e meio de assinaturas necessárias para que o Projeto de Lei seja acolhido e votado pelo Congresso Nacional. A matéria deve ser aprovada no início de 2015, para que as eleições municipais de 2016 sejam regidas pela nova legislação.