Com exposição de arte e manifestações culturais, o Centro de Referência da Populkação de Rua – Centro Pop, coordenado pelo Vicariato para a Ação Social da Arquidiocese de BH, celebrou duas década de presença solidária junto à população em situação de rua, na quarta-feira, dia 26 de outubro. O objetivo é auxiliar as pessoas em situação de rua, na construção de uma saída desta situação ou a conquistarem melhor qualidade de vida, ainda que permaneçam nas ruas. Assim, o centro de referência oferece um lugar para cuidados pessoais; espaço de convivência; referência de endereço e encaminhamentos sociais. Na sede da instituição, são realizadas diversas atividades sócio educativas que possibilitam a inserção no cenário social, político e cultural.
Conhecido também como Projeto Cidadania, o Centro Pop é um serviço desenvolvido pelo Vicariato Episcopal para Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte em parceria com o poder público, que realiza a acolhida e o acompanhamento de pessoas em diferentes situações: com deficiência, dependentes químicos, desempregados, dentre outras situações de vulnerabilidade que culminam na situação de rua.
Localizado na região central de Belo Horizonte, o Centro Pop oferece um espaço para que homens e mulheres em situação de rua possam cuidar da higiene pessoal – tomar banho, lavar roupas e guardar os seus pertences. São promovidas atividades socioeducativas que possibilitam a inserção dos moradores em situação de rua no cenário sociopolítico e cultural da cidade. Há oficinas de ambientação, de criação, de esportes, de música, de capoeira e de vídeo comentado. Diariamente, o Centro Pop oferece refeições.
O coordenador, Aluizio Guimarães, explica que ao utilizar esse serviço pela primeira vez, a pessoa em situação de rua é cadastrada e o educador social que a acolhe procura conhecer sua história, o principal motivo que a levou para as ruas, buscando identificar como pode ser útil a essa pessoa. “O Centro Pop é de fundamental importância por ser local onde a população em situação de rua sabe que poderá ser acolhida de maneira humanizada e ética. Um serviço que supre demandas reais e urgentes, mas que também procura incentivar e possibilitar novas conquistas a essas pessoas tão vulneráveis socialmente”. Além de resgatar a identidade das pessoas, segundo Guimarães, o projeto fortalece a autoestima . “Aqui todos têm um endereço fixo e p0odem recebem contatos para o trabalho. Alguns têm conseguido receber familiares. A perspectiva de mudança se torna uma realidade”, diz o coordenador.
Algumas declarações das pessoas acolhidas pelo Centro de Referência:
• É um lugar para aprender sobre as possibilidades de socialização e poder levar para outros lugares esse aprendizado.
• É um Lugar para lavar as roupas/ área de tanque e varal. É bom ter a possibilidade de organizar as coisas e sair à rua arrumado, limpo e não ser discriminado.
• É um lugar de cooperação e união. As pessoas emprestam seus utensílios, doam roupas, sabão e escova.
• Gosto do Acompanhamento Social.
• É um lugar para receber encaminhamentos para médico, documentação, assistência jurídica, república.
• É um lugar de convivência, um espaço para viver e conviver.
• Gosto das oficinas.
• É um lugar para tomar banho quente.
• È um espaço para praticar esportes.
• Gosto dos jogos de mesa.
• Poder utilizar o telefone é muito bom.
• É bom ter endereço de referência.
• Gosto do acesso a televisão
• Gosto do bom atendimento.
• Gosto de não ser impedido de entrar por ter bebido.
• É um lugar para ser ouvido.
• É um lugar onde tem pessoas para me orientar.
• É um lugar que cuida do aumento da auto-estima e da confiança das pessoas que moram na rua.