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Catequese: Celebrar e viver a Semana Santa – artigo de Neuza Silveira

Olá catequistas, estamos em pleno Tríduo Pascal. Neste momento tão especial para nós, cristãos,  tenho a alegria de convidar cada um e cada uma de vocês a participar e ajudar nossos catequizandos a se fazerem presentes nas celebrações da Semana Santa. Esta semana iniciou-se com a celebração do Domingos de Ramos, recordando a entrada de Cristo em Jerusalém para celebrar a sua páscoa. Uma prática dos povos antigos que, nas festas das tendas, levavam ramos nas mãos, significando a esperança messiânica.

 

Assim, também nós, no último domingo, recordamos a memória da entrada de Jesus em Jerusalém, aclamando-o como rei, aceitando caminhar conforme o seu messianismo.

Tríduo Pascal

Mas,  a Igreja celebra os grandes mistérios da humana redenção, a partir da Missa da Quinta-feira Santa, na Ceia do Senhor, até às vésperas do domingo da Ressurreição.  Esse é o tempo do Tríduo pascal: o chamado de Tríduo do Crucificado, do Sepultado e do Ressuscitado porque nas celebrações torna-se presente e realiza-se o mistério da Páscoa, ou seja: a passagem do Senhor deste mundo para o Pai. Vamos viver com intensidade, nas nossas comunidades o Tríduo Pascal. Este mistério que é, de fato, a passagem “deste mundo” para um “mundo novo”, assim dominado pelo Espírito Santo. Essa passagem, que já foi realizada em Jesus Cristo, continua a realizar-se na Igreja viva, sacramento do próprio Cristo.

O Tríduo Pascal constitui o centro de toda a vida de fé das comunidades cristãs. Iniciado na Quinta-feira Santa ele se eleva até a noite da celebração solene da vigília pascal, perpassa toda a noite de vigília e termina na tarde do domingo da ressurreição. Nestes dias, o jejum é sagrado. Segundo a tradição das primeiras comunidades, nos dois primeiros dias a Igreja jejua porque o esposo lhe foi tirado.

Na quinta-feira faz-se a memória da ceia da nova páscoa.  Jesus, celebrando a sua páscoa com seus discípulos, quis com esta ceia, realizar uma aliança nova, sinalizada pelo pão e pelo vinho partilhados. A Igreja hoje, ao celebrar esse dia, celebra como a comunidade Joanina. Com  o gesto do Lava-pés concretiza essa aliança, colocando-se a serviço de todos, na igualdade e na  fraternidade. Rito que representa a mística da vida comunitária nos moldes em que Jesus viveu e ensinou, levando a comunidade a expandir esse gesto por meio do acolhimento aos excluídos da sociedade.

Na sexta-feira Santa, celebra-se a páscoa do cordeiro imolado. A celebração da festa da paixão do Senhor que nos transporta para o sentido da cruz como sinal pascoal de vitória, sendo aclamada e adorada. Pela obra da cruz, o Cristo reuniu a todos, constituindo-os o novo povo eleito, o novo resto de Israel. Celebrar esse dia é fazer memória do despojamento do Cristo na cruz e do silêncio no sepulcro: tempo em que Jesus esteve na sepultura.

Na Vigília Pascal, celebra-se a glorificação do Senhor, a vitória sobre a morte. Participando com Ele da sua vitória, também nós saboreamos a nossa própria vitória sobre as forças da morte que imperam neste mundo. Ao celebrar a Ressurreição, realizamos, ritualmente, o que na fé vivenciamos. Passamos com o Cristo das trevas à luz, da morte à vida. Somos convocados a ampliar as nossas convivências e celebrar a Páscoa com todos os povos nas suas diversas culturas e realidades.

Com a Páscoa, somos abertos ao mistério, o caminho mistagógico, sustentando, agora, pela a Eucaristia, o terceiro dos sacramentos da Iniciação Cristã. No caminhar da Igreja de Jerusalém, esse sacramento -herança do próprio Cristo – era conferido após o Batismo e o Crisma, na noite da Vigília Pascal. E ao recebermos a Eucaristia nos tornamos  portadores de Cristo. O nosso corpo é penetrado por seu corpo e sangue. Desse modo, Jesus participa concretamente do nosso ser, torna-se um conosco, e cada um torna-se seu corpo.

Vamos nos envolver nestas celebrações buscando o seu real sentido e deixando-nos transformar. Vamos fugir da superficialidade que a vida nos apresenta, da mobilização do comércio e da mídia, da ideia de ser tempo de descanso, de coelho e ovos de chocolate. Vamos fazer a nossa opção pela luz, nos deixar assemelhar a Cristo e a professar com palavras e gestos nossa fé no filho de Deus.

A todos vocês desejo uma feliz Páscoa.

 

Neuza Silveira de Souza, Coordenadora da
Comissão Arquidiocesana Bíblico-Catequética de BH



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