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[Artigo]Catequistas: a serviço da vida nova em Cristo-Padre Roberto R. da Silva, Secretariado Bíblico-Catequético da Arquidiocese de BH

 

A iniciação cristã é a participação humana da vida em Deus. Uma existência despojada nas mãos do Pai. Jesus de Nazaré nos revela como deve ser essa vida. Ela envolve todo modo de viver do catequista, a imitação do mestre e, por excelência, o modo de caminhar na história que revela a existência em Deus. O caminho é longo. Ele é exigente e de profundo aprendizado e transformação. O Senhor, filho Deus, ajudou os discípulos a descobrirem e participarem da vida em Deus. Ele mesmo convidou os discípulos de João Batista, “vinde e vede”, revelando que sua morada é o lugar onde encontra-se o Pai e que por conta própria deveriam buscar a resposta da procura e o caminho.

O catequista, hoje, é o mistagogo desse processo, com a vida alicerçada no Mestre, ele realiza a vontade de Deus e conduz os evangelizandos ao Pai; ele contribui com os iniciandos à experimentar a vida nova no Espírito, conduzindo o catecumeno diante do mistério da fé, à vida afetiva e definitiva no Pai. Esta é a obra que falta levar a termino o desígnio daquele que o escolheu.

Jesus é o centro da iniciação a vida cristã. O catequista conduz os iniciados à participação do mistério do Senhor, não só a participação, mas sobretudo à comunhão com Cristo, filho único de Deus que fez a vontade do Pai, sofreu e morreu por nós e, agora ressuscitado revela o caminho para o Pai. O evangelizador sustenta a vida de fé no seguimento a Cristo e, o rumo que o Mestre propõe é a entrada definitiva e o estado definitivo da vida em Deus.

O Catequista conduz o catecúmeno a participação ativa, envolvente e permanente da vida em Cristo. Ele é aquele que transborda a vida de fé que manifestada em si mesmo faz ecoar e refletir a presença do Mestre, atingindo o modo de ser e de viver do evangelizando. A sua maneira de viver e de realizar a missão, confiada por cristo, não é diferente da missão e do modo de proceder Jesus, porém muda as culturas, lugares de missão onde são chamados a reavivar a chama da fé que se dá na presença de Cristo, no anúncio do Reino de Deus.

A comunhão com o Senhor revela o rosto do Pai. Essa união concede a força necessária para que o catequista possa estabelecer a unidade com tudo aquilo que o Paráclito revela do Filho único de Deus e, é nEle que devemos permanecer unido. A presença amorosa de Jesus de Nazaré concede ao evangelizador a graça necessária para produzir frutos que permaneçam para a Vida Eterna. O catequista deve cuidar da espiritualidade.

“Uma espiritualidade pode chamar-se cristã quando existe um relacionamento pessoal com Deus, através de Jesus Cristo, em base no Evangelho, com recurso explícito à oração e aos sacramentos, tendo como fonte de sua ética o amor ao próximo. A espiritualidade cristã é uma experiência de fé, pela qual a realidade se torna diáfana, isto é, transparente à presença do Deus de amor a quem o fiel se entrega cotidianamente.”1

O catequista que não tem intimidade com o Senhor, através da Palavra, da Eucaristia, da Oração, da conversão, do testemunho, da experiência missionária e da intimidade com a Mãe de Deus, Maria Santíssima, não transforma a vida dos iniciandos e nem mesmo a própria. E é por isso que muitos caminhos se frustram por falta do essencial. O caminho é fecundo quando unem-se a fé e a vida. Não pode ficar na superficialidade da fé e da vida, com toda intimidade que se tem com o Mestre deve contribui, como o Senhor, para a vida nova. Nenhuma admiração pode-se tomar conta do essencial, ela interfere no modo de ser e de viver do evangelizador e anula o testemunho da Verdade. Contudo, compromete profundamente com a vida do iniciando, cega-o a fé, a compaixão e a ternura, de tal forma, passam a viver a história sem experiência e esperança de transformação e conversão.

Por fim, venha a ser o evangelizador, o profeta anônimo ungido por Deus, para restaurar a condição de vida dos catecúmenos, para restabelecer a vida e confrontá-los ao Criador. No exílio deste mundo o catequista, revelar-se-á a vontade do Pai aos que vivem oprimidos, escravizados, cegos, doentes e presos, sobretudo, aos marginalizados existências. Que sua missão o leve a arriscar tudo por Deus.

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1 CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, Diretório Nacional de Catequese (DNC), Brasília, Edição CNBB, 2006, n.264

Padre Roberto Rubens da Silva
Membro do Secretariado Bíblico-Catequético da Arquidiocese de BH.
Pároco da Paróquia Jesus de Nazaré.

 

 

 

 



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