Aprofundar o debate com a sociedade e formular propostas concretas para o enfrentamento da violência serão algumas das prioridades da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens para os próximos anos. A conclusão é resultado do seminário nacional que terminou no último dia 19, em Salvador, e reuniu representantes de todas as regiões do país, além de organizações que apoiam a defesa dos direitos da juventude.
Na avaliação da coordenação nacional, o encontro foi muito bom na construção de novos horizontes, realizou também uma análise sobre o panorama do primeiro ano de existência da Campanha e pontuou desafios para o próximo período. O planejamento prevê para 2011 a divulgação do texto base até o mês de abril, um seminário nacional em agosto e a 1ª Semana Nacional de Luta Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, em novembro, antecedendo o Dia Nacional da Consciência Negra.
O planejamento visa, também, a construção da marcha nacional da Campanha, programada para acontecer no mês de julho de 2012, em Brasília. Dentro da estratégia, ainda constam as atividades permanentes das Pastorais da Juventude (Semana da Cidadania, Semana do Estudante e Dia Nacional da Juventude) que terão como eixo os debates da Campanha. As ações previstas deverão contribuir para continuar sensibilizando a sociedade e denunciando o extermínio dos jovens brasileiros.
Além das atividades planejadas, outro desafio pontuado pelos participantes do seminário é o de ampliar o diálogo com as forças sociais interessadas em discutir o tema da violência e pensar formas de enfrentamento para esta questão. “Refletir sobre temas como drogas, violência praticada pela mídia, violência policial e violência doméstica, por exemplo, são fundamentais para avançarmos”, observa o membro da coordenação da Campanha, Felipe da Silva Freitas.
A campanha
Lançada em novembro de 2009, a Campanha é uma iniciativa das Pastorais da Juventude do Brasil, com o apoio do Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A intenção é debater as diversas formas de violência praticadas contra a juventude, denunciar o extermínio de milhares de jovens no Brasil e desencadear ações que possam mudar a realidade.
Com uma taxa de até 51,7 homicídios para cada 100 mil, o Brasil é o 3º país com mais assassinatos de jovens no mundo, atrás de Colômbia e Venezuela. A conclusão consta do estudo Mapa da Violência 2010 – Anatomia dos Homicídios no Brasil, divulgado pelo Instituto Sangari. Segundo relatório da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), no Brasil morrem por dia, em média, 54 jovens vítimas de homicídio.