O arcebispo dom Walmor se reúne com os bispos da Amazônia Brasileira do dia 28 ao dia 30 de agosto, no Centro de Espiritualidade Monte Taborna da Arquidiocese de Belém, para o estudo e reflexão sobre o Documento de Trabalho do Sínodo Pan-Amazônico, que será realizado no Vaticano no período de 6 a 27 de outubro de 2019. Importante momento de partilha das escutas e experiências da vivência sinodal nas dioceses e prelazias da Região Amazônica, organizado pela Comissão Episcopal Especial para a Amazônia (CEA), com apoio da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil).
O arcebispo de Belo Horizonte (MG), que preside a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ressaltou que o documento apresenta uma leitura antropológica muito pertinente rumo à perspectiva da ecologia integral. Segundo dom Walmor, na fase atual de preparação para o Sínodo o maior desafio é reforçar a leitura teológica, pois “a tarefa principal da Igreja é a evangelização e o anúncio de Jesus Cristo”.
“Enfrentaremos estes desafios e o faremos do melhor modo possível para que o Sínodo, atividade que está em profunda sintonia com o coração do Papa Francisco, represente uma grande contribuição para a Amazônia, para a Igreja no Brasil e no mundo”, disse o arcebispo.
Na abertura do evento, na manhã desta quarta-feira, dom Walmor afirmou que a Conferência deve acompanhar a partir de agora o caminho sinodal com uma programação e um planejamento de comunicação para “abrir mais o coração da nossa própria Igreja e também da sociedade, pois a importância do que se trata, do que aborda, daquilo que nós queremos e esperamos, precisa repercutir muito no coração da nossa Igreja e também no coração da sociedade”. Para dom Walmor, a intenção da Igreja não é apenas realizar um evento, “mas dar passos novos”, o que incentiva a entidade a se envolver nas ações que superem ou tratam de forma adequada os vários ruídos que se têm apresentado em relação ao Sínodo, bem como das incompreensões. O desejo é que haja “uma repercussão muito boa e importante de tudo aquilo que se trata e se tratará durante o Sínodo e daquilo que virá na exortação pós-sinodal”.
Dom Walmor ainda reforçou a importância deste sínodo para a Igreja: “O Sínodo da Amazônia, buscando novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral, toca tudo o que a Igreja precisa para sair da inércia, ilumina todos os pontos onde existem sombras e dará a possibilidade de um impulso novo”.
O Presidente da CNBB ainda refletiu sobre a evangelização da Amazônia, questão proposta para o Sínodo que, segundo afirma, não está relacionada a apenas um aspecto: “Um Sínodo da Amazônia, já no seu instrumento de trabalho e naquilo que poderemos verificar, mostra o global da Amazônia. Refiro-me, por exemplo, à evangelização que está relacionada com saúde, com uma nova ordem social e política, com a espiritualidade profunda. E o Sínodo da Amazônia, de um modo muito singular e qualificado nos dá essa oportunidade”.
Além do Cardeal Cláudio Hummes, presidente da CEA e da REPAM, e relator do Sínodo para a Amazônia, o encontro reúne todos os bispos das 56 dioceses e prelazias da Amazônia Brasileira, leigas, leigos e religiosos, lideranças dos seeis regionais da CNBB.
Também participam Dom David Martinez de Aguirre Guiné, bispo de Puerto Maldonado, no Peru, e Padre Michael Czerny, subsecretário da Seção Migrantes e Refugiados para o Serviço de Desenvolvimento Integral Humano, nomeados secretários do Sínodo para a Amazônia, estarão presentes no encontro de estudo. Além deles, Cristiane Murray, da secretaria do Sínodo e vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, também participará. Alfredo Ferro, de Letícia, na Colômbia, da equipe de assessores da REPAM internacional e assessores da REPAM-Brasil auxiliam na realização do encontro. Essa é a última atividade antes do Sínodo, em outubro, que reunirá todos os bispos da Amazônia brasileira, bispos de outros países cujo território encontra-se parte do bioma e bispos do mundo todo.
Sínodo para a Amazônia
O Sínodo para Amazônia é uma resposta do papa Francisco à realidade da Pan-Amazônia. De acordo com Francisco, “o objetivo principal desta convocação é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta. Que os novos Santos intercedam por este evento eclesial para que, no respeito da beleza da Criação, todos os povos da terra louvem a Deus, Senhor do universo, e por Ele iluminados, percorram caminhos de justiça e de paz”.