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As fontes ““ Para uma vida criativa

Todos conhecemos e admiramos as fontes.
São inúmeras, variadas, sempre perenes. Quando se esgotam, o transtorno é quase inevitável, por passageiro que seja.
Quase sempre são escondidas, quando não ocultas e invisíveis aos olhos; ou, se presentes, ficam pouco notadas.
 
Elas são necessárias, comunicativas, restauradoras, imprescindíveis, vitais! Expressam mansidão, vitalidade, harmonia, serenidade, tranqüilidade, renovação, perenidade, constância, caminho!
 
Uma fonte, não importa qual seja, sempre abastece, alimenta, renova!
Ela tem força, reserva, fortaleza, tenacidade, determinação!
Tranqüila e serena, segue seu curso, sempre cumprindo seu itinerário, sua jornada, sua missão, e sempre corrente!
 
Muitos hoje, parece mais do que outrora, têm necessidade de fontes restauradoras, que abasteçam a vida interior e devolvam vitalidade ao caminhar de cada dia e ao cumprimento de suas tarefas.
O nosso tempo contempla muita gente esgotada, que está perdendo criatividade e alegria, justamente por não conseguir manter-se ligado a alguma fonte, fonte que nutre a vida interior e a alma.
E quem se encontra desgastado, sem alguma fonte que o abasteça e renove, torna-se insatisfeito e sem forças!
 
Muito interessante é que a mitologia tinha em suas nove musas – como que nove fontes inspiradoras – que induziam a memória dos humanos na busca de inspiração para uma vida saudável.
Assim, tinha a musa 1) da festa; 2) da palavra, comunicação; 3) da música; 4) da alegria, prazer; 5) da história, conto, narrativas; 6) do amor; 7) dança; 8) da tragédia, representação; 9) da arte, ciência.
Ou seja, vivendo tais realidades – todas ligadas à criatividade ou ao fazer – o homem como que ativava dentro de si fontes adormecidas, ou novamente se conectava a fontes essenciais à sua vida.
 
Como é possível, no nosso tempo de correria e de falta de tempo, reabastecer a nossa vida interior, para evitar que o esgotamento e a desmotivação fragilizem a reserva das nossas fontes, também nos leve à fontes que nos venham restaurar?
Várias são as fontes. Uma é a memória. Sim, a lembrança de todas experiências alegres da nossa jornada: uma caminhada, um encontro alegre, uma conquista, de como vencemos uma crise, atravessamos uma fase delicada…
Outra é viver com paixão. Sabemos que numa pessoa tomada por uma paixão – logo, envolvida por alegria e prazer – sua fonte criativa adquire vida nova dentro de si, sente-se estimulada a avançar para águas mais profundas!
Outra é a oração – fonte que é re-ativada por várias outras fontes: a Eucaristia, a meditação, o silêncio, o recolhimento, a arte, a beleza, a poesia, a música… Fontes inesgotáveis!

A fonte da oração é essencial. Quem reza – não muito, mas sempre – terá sempre uma fonte perene para renovar seu caminhar!
E não se esqueça: a fé vive da oração; a gente vive, como reza!
 
Mas, a Fonte das fontes, a mais necessária, não deve ser esquecida: Deus!
Fonte segura e perene, Fonte que nunca seca, Fonte que sempre nutrirá nossa vida!
Ele deixou-nos seu Filho Jesus Cristo como Fonte no meio de nós, sempre disponível a dar-nos de beber (Jo 4,1-15).

 

Dom Abade Felipe da Silva
Mosteiro de São Bento- Rio de JAneiro (RJ)



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