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[Artigo]Deus se revela com amor – Neuza Silveira, Secretariado Bíblico-Catequético da Arquidiocese de BH

Deus se revela agindo. Ele é a Palavra que desde o início se apresenta a nós como comunicação divina que chegou a nós pela boca dos profetas e dos Apóstolos e ainda, por todos aqueles que ele escolheu e chamou para dialogar com a humanidade. É a nossa tradição oral, pois nem tudo que foi falado e vivido foi escrito.

Jesus, na teologia cristã, é reconhecido como a Palavra de Deus. Ele é a comunicação definitiva do Pai com a humanidade. Ele se torna a Palavra que resume todas as palavras. Sua vida não é uma invenção e o Cristo ressuscitado não foi uma criação. Nesse sentido, Para a fé cristã é fundamental a mediação histórica, para fazermos o mesmo itinerário, percorrer o caminho dos ensinamentos Jesus deixando se iluminar pela luz do ressuscitado.

Assim como podemos compreender a descida de Deus que veio ao encontro de Moisés, assim também, Ele continua descendo e vindo ao nosso encontro. Ele está sempre a nos visitar e caminhar conosco, nos revelando seu amor e sua misericórdia. No meio de nós, nos convida a fazer a experiência do seu amor e da sua misericórdia.

Esta experiência se dá quando nos abrimos ao outro e possibilitamo-nos a abrir os nossos corações e deixar fluir de dentro de nós a caridade que nos leva a partilhar o amor de Deus para com os outros. Viver esse amor e testemunhar. Assim foi Jesus. Ele viveu intensamente essa misericórdia e testemunhou-a através de suas ações. Ele nos ensina até hoje, em que consiste essa misericórdia, que deve ser praticada sempre, e em todo lugar. No seu agir não pode haver lugar para o julgamento, a condenação, mas sempre perdoar e permanecer no amor. O perdão das ofensas torna-se a expressão mais evidente do amor misericordioso, e para nós cristãos torna-se algo do qual não podemos prescindir.

O Papa Francisco diz em seu texto da Misericórdia Vultus (O Rosto da misericórdia) como são tantas as vezes que perdoar parece difícil. Mas nos lembra de que o perdão é o instrumento colocado em nossas mãos para alcançar a serenidade do coração. Diz ele: deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz. Também nos chama a atenção para escutarmos a palavra de Jesus que colocou a Misericórdia como um ideal de vida e como critério de credibilidade para a nossa fé.

A missão que Jesus recebeu do Pai foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude. “Deus é amor” (1 Jo 4,8-16): afirma-o, pela primeira vez em toda a Escritura, o evangelista João. Este amor tornou-se visível em toda a vida de Jesus. Ao se relacionar com as pessoas ele deixa manifestar esse amor. Toda a sua atividade foi impregnada de misericórdia. Assim, a sua misericórdia é a sua responsabilidade por nós. Em sintonia com isto, se deve orientar o amor misericordioso dos cristãos.
A Igreja vive uma vida autêntica quando professa e proclama a misericórdia. Ela nos convida a peregrinar e continuar sendo caminho para o outro. É o Senhor Jesus que indica as etapas da peregrinação. Ele nos pede para perdoar e dar. Devemos acolher o irmão com misericórdia. Ser instrumento do perdão, porque primeiro o obtivemos de Deus. Para que possamos agir com misericórdia, diz o Papa Francisco, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus.

Colocando-nos no silencio para meditar a Palavra que nos é dirigida, torna-se possível contemplar a misericórdia de Deus e assumi-la como próprio estilo de vida.

 

 

 

 

Neuza Silveira de Souza
Coordenadora da Comissão Bíblico-Catequético da Arquidiocese de BH



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