O Diretório Pastoral Litúrgico-Sacramental, número 56 (DPLS), nos apresenta uma ‘tipologia’ da Música para a Liturgia que “deve ser conhecida e observada e que aparece segundo a ordem de importância que tem na celebração.”
Na edição anterior, analisamos as cantilenas e o verbo-melodismo. Nesta edição vamos observar aspectos que se referem à estrutura da música: Responsos e cânticos (ou salmos) aleluiáticos cuja Liturgia das Horas é riquíssima; Ladainhas como o Cordeiro de Deus; Dípticos (que são diálogos) como o “Tende compaixão de nós, Senhor”; Jubilus, canto melismático de termos curtos como Aleluia, Hosana, cujo sentido já está apreendido.
– Hino métrico e estrófico, muito comum à Liturgia das Horas; Cântico estrófico com refrão, bastante difundida após o Concílio Vaticano II, muito utilizada no que se costuma designar por “Próprio” quanto aos cantos da Missa (Entrada, Oferendas, Comunhão).
– Cânticos: trata-se de melodia propriamente dita, com um plano de alturas bem desenvolvido, com ou sem configuração de compassos, podendo ser mais métrico ou mais livre. Neste caso, a “música” se impõe sobre o texto. Vale ressaltar que existe uma grande contribuição pós-conciliar no que se refere às novas composições. Elas traduzem a riqueza cultural do nosso país, absorvendo gêneros (baião, xote, xaxado, guarânia, samba, vaneirão, pop etc.), estilos, formas e estruturas rítmicas e melódicas da música popular.
Concluiremos este breve estudo com as recomendações pastorais do DPLS:
Com base nesta tipologia, que necessita ser melhor conhecida e aprofundada, pode-se estabelecer uma certa ordem de importância do canto nas celebrações: as orações, os diálogos, os textos das Sagradas Escrituras e outras partes que possuem característica ritual própria como o Hino de Louvor, o Santo, o Cordeiro de Deus durante a fração do Pão, as intervenções (aclamações) da assembleia nas preces e na Oração Eucarística; depois, os cantos processionais (entrada, oferendas, comunhão) e assim por diante.
É salutar discernir a importância dos textos que merecem ser cantados em um determinado contexto celebrativo e seu sentido em cada caso. Por exemplo, a importância do Hino de Louvor ou do Santo frente ao canto de apresentação das oferendas; se tivéssemos que optar entre um e outro, por razões contextuais, o Hino de Louvor e o Santo teriam a primazia.
Pelas razões expressas acima, é imprescindível na escolha dos cantos, obediência ao critério litúrgico, e não à predominância de gostos pessoais, de grupos ou movimentos, a fim de que o mistério de Cristo seja sempre central.
Padre Márcio Pimentel (Secretariado Arquidiocesano de Liturgia de Belo Horizonte) e João Lucas Fuchs