A comunidade eclesial ativa exerce papel importante na caminhada catequética de sua paróquia. Na ação missionária, por meio de seus serviços sociais realizados pelas pastorais e de suas celebrações litúrgicas, contribui para o crescimento da fé de cada um daqueles que caminham juntos, na comunidade, além, é claro de seu testemunho de vida fora desse espaço comunitário. Assim, as comunidades eclesiais, nos seus exercícios vocacionais, caminham para o fortalecimento da vida em comunidade buscando meios para que todos os batizados experimentem a beleza e a grandeza de serem discípulas e discípulos missionários.
A catequese de Iniciação à Vida Cristã, incluída de forma ampla dentro do processo de evangelização missionário da Igreja, proporciona aos batizados o caminhar na história, configurados a Cristo Jesus, ajudando-os a acreditar que Jesus é o Filho de Deus e que nesta nova vida em Cristo é o mistério de Cristo Jesus em sua paixão, morte, ressurreição, ascensão, envio do Espírito Santo e retorno glorioso ao Pai. Nesse sentido, a vida cristã é um novo viver que requer, mediante seu caminhar, passos de aproximação nos quais a pessoa aprende e se deixa envolver pelo mistério amoroso do Pai, pelo Filho, no Santo Espírito, conforme nos instrui o documento 107 da CNBB.
A iniciação da vida na comunidade cristã pressupõe, sobretudo, intimidade com o Mistério do próprio Deus revelado em Jesus Cristo, o que abre para novas formas de relacionamentos com o outro, com a comunidade e com o mundo, pois iniciado na vida de Cristo através dos sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Crisma Eucaristia), somos chamados a viver a Palavra de Deus num processo contínuo da ação do Espírito nos corações humanos, Palavra sempre atualizada pelas comunidades cristãs, diante das exigências da vida, para que não caia no fundamentalismo.
O cristianismo não é fruto da criatividade humana, mas é consequência da iniciativa do próprio Deus, que para revelar, entra na história humana e mostra seu rosto humano – Jesus Cristo. Assim, a catequese, buscando aprofundar nossas relações pessoais num encontro pessoal com Jesus Cristo, nos coloca em um contínuo caminho, um itinerário que inclui sempre o anúncio da Palavra de Deus, o acolhimento do Evangelho, que implica a conversão, a profissão de fé, o Batismo, a efusão do Espírito Santo, o acesso à Comunhão Eucarística. É o caminhar da comunidade cristã que juntos: catequistas, presbíteros, comunidades de fé, retratando a alegria de viver o discipulado de Jesus, expressam a unidade na comunhão do Espírito Santo acontecendo ante os diversos carismas.
No processo formativo de nossas catequeses estamos sempre falando sobre a necessidade de apresentar Jesus Cristo, o filho de Deus encarnado. Como apresentar Jesus Cristo?
Ao falar de Jesus Cristo não é só oferecer uma informação histórica sobre ele, o que é bom e desperta a admiração por ele, nos leva a admirar suas qualidades, mas conhecê-lo é sobretudo viver a experiência de saber-se salvo por Jesus Cristo, de descobrir que em Cristo a pessoa se encontra com o mistério de Deus, é descobrir um Cristo concreto e sobretudo descobrir quem é Cristo para nós, para cada um de nós.
Apresentar Jesus Cristo é ajudar as pessoas a se encontrarem com Ele e descobrirem o significado que tudo isso pode ter para sua vida. É provocar o encontro com Cristo e fazê-lo presente na vida da comunidade cristã. A apresentação de modo autêntico, através do anúncio da Boa-Notícia – O Evangelho de Jesus Cristo, ajuda as pessoas a descobrir toda riqueza e a força salvífica, transformadora, libertadora que encerra em sua pessoa e em sua mensagem, ou seja, ajuda a encontrar qual é a maneira mais acertada e mais humana de enfrentar os problemas da vida e o mistério da morte. A comunidade eclesial, na sua ação mística evangelizadora, reflete o mistério do Deus da vida, tendo por centro Jesus e seu projeto, ao rítmo das bem-aventuranças, formando a comunidade de Jesus, assumindo a perspectiva da cruz e da ressurreição.
Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano
Bíblico-Catequético de Belo Horizonte