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[Artigo]A beleza da vida cristã através da experiência com a Bíblia e Liturgia – Neuza Silveira de Souza (Catequista)

Viver a vida com Cristo é uma possibilidade que nos apresenta de vivenciá-la de forma autêntica na relação com os irmãos e na caminhada do cotidiano. Muito temos que aprender. Papa Francisco diz que é preciso ter coragem de encontrar nova carne para a transmissão da Palavra, e isto é um desafio lançado na exortação “Evangelii Gaudium”.

Para bem viver a fé, hoje, somos convocados a estar atentos às exigências da nossa realidade e procurar viver o “sensus fidelium”, que é o porta-voz legítimo da vontade de Deus e ocupa seu lugar ao lado da Bíblia, da Tradição e do Magistério. Olha-se para a realidade, enxerga o belo que lá existe, escuta a voz do povo e descobri o que Deus nos tem a dizer. 

A beleza da Bíblia

Na bíblia encontramos o Deus que nos fala. Ela é um livro cheio de poesia e linguagem simbólica que nos inspira e nos orienta para o trabalho de evangelizar na catequese, na oração, como os Salmos (8, 19, 131, 139) e na experiência da vida com Deus. Há lindos textos de Isaías, de Paulo, de São João e de outros profetas, que podem ensinar a orar a partir da Palavra de Deus. Também há lindas poesias e textos fora da Bíblia que podem ser grande inspiração.

No Novo Testamento encontra-se toda a vida de Jesus experimentada pelos primeiros discípulos. A figura de João Batista se destaca no início dos Evangelhos e é associada intimamente ao projeto de Deus na encarnação de seu Filho. É a partir do batismo de João que Jesus dá inicio ao seu ministério. Os evangelhos Marcos, Mateus e Lucas são chamados de sinóticos porque contém muitas histórias em comum e apresentam uma mesma visão da vida missionária de Jesus. A comparação que se faz entre eles pode ajudar a perceber as peculiaridades de cada evangelista: como ele olhava para Jesus; qual a sua visão da Igreja e da Boa Nova; qual era a situação do povo e quais os conflitos que as comunidades enfrentavam nas várias regiões.

O Evangelho de Marcos foi o primeiro a ser a ser escrito e trouxe a preocupação de manter viva a memória do povo sobre quem é Jesus.  É o primeiro a ser redigido, por volta do ano 65 a 70 d.C. Marcos apresenta o Evangelho de Jesus, Filho de Deus (Mc 1,1), destacando sua face humana.

O Evangelho de Mateus nos mostra Jesus como o Senhor glorificado e celebrado em sua comunidade. Isso porque Jesus, através de sua ressurreição, torna-se, verdadeiramente, Deus conosco, o Emanuel. Escrito por volta dos anos 85 d.C., depois da destruição do Templo de Jerusalém, o Evangelho de Mateus, com seu caráter catequético-doutrinal, vai nos apresentar Jesus como o mestre da comunidade: Moisés havia dado a lei ao povo; Jesus é o novo Moisés, que consiste em ser “perfeito como o Pai”. Ele é o modelo da comunidade. “… assim é que convém cumprir toda a justiça”, diz ele a João em 3,15.

No Evangelho de Lucas encontra-se o texto da transfiguração que representa a exteriorização da glória que Jesus possui desde a concepção, por ter nascido do Espírito (9,32). Para Lucas, a vinda de Jesus é visita de Deus.

O Evangelho de João, diferente dos outros Evangelhos, tenta revelar na vida de Jesus uma dimensão escondida que a olho nu não se vê, mas só revela. João vai traçar o itinerário inicial do ministério de Jesus: depois de receber o batismo de João, Jesus vai com seus novos discípulos para as Bodas de Caná, em seguida vai a Jerusalém, onde expulsa os vendilhões do Templo, dialoga com Nicodemos, e depois vai para a Judeia, onde permanece com seus discípulos e começa o anúncio do Reino de Deus.

Na Catequese,  não pode faltar a apresentação sobre Jesus dos quatro Evangelhos. Em cada um, Jesus ensina conforme as realidades e situações das pessoas, de acordo com o modo de vida de cada um.

Experimentando: Vamos ler, com toda atenção, a cada dia, uma pequena parábola de Jesus. Vamos, nela, descobrir onde está a beleza dos ensinamentos com Sua poesia, linguagem simbólica e a mensagem de Jesus.

A Liturgia

A Liturgia é a celebração do mistério de Cristo. É uma ação para o povo, um agir para o povo, ou seja, uma ação pública da Igreja (povo de Deus) que está ali reunida e é o “sacramento da unidade”. Tem como objetivo atualizar o Mistério Pascal de Cristo na vida de cada pessoa.  A assembleia reunida ora a Deus e cada um celebra de acordo com seus dons e ofícios diversos. Todos, nascidos da água do batismo, a seu modo, com suas capacidades e diversidades participam desta liturgia.

A Liturgia é a escola da beleza: espaço, vestes, silêncio, música, imagens, Bíblia, símbolos, expressão corporal, gestos… Vamos olhar a realidade das nossas igrejas paroquiais, ponto por ponto. Mostram o belo que eleva o espírito?

A nossa vida diária é repleta de símbolos que nos remetem a uma sensibilidade maior, de acordo com o que aquele símbolo significa. Da mesma maneira, os símbolos são utilizados nas cerimônias litúrgicas porque transmitem algo mais do que aquilo que são.

Vamos ressaltar a importância da Liturgia em nossas catequeses aprofundando os pontos acima abordados para que possamos tornar a Catequese mais bonita, mais profunda, uma verdadeira experiência de Deus. E ao irmos para a celebração, celebrar a vida com ardor missionário e, á luz do Espírito deixar-se entrar na dinâmica da Missa através de toda simbologia apresentada.

Experimentando: Pode-se ver esta dinâmica na Missa quando Deus fala na primeira leitura e o povo responde no salmo, fala novamente na segunda leitura e o povo responde na aclamação ao Evangelho. Cristo fala no Evangelho e a resposta da comunidade é a profissão de fé e as preces. E, a partir da nossa adesão nessa dinâmica, estamos prontos para fazer a oferta da vida, experiênciar o mistério de Cristo, se alimentar dele e sair fortalecido para a missão de anuncia-lo.



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