Depois das experiências vivenciadas neste final de ano de 2024, as celebrando o renascimento do Menino Deus que vem e renova todas as coisas – o Mestre que revela Deus aos homens e revela o homem a si mesmo, o Mestre que salva, santifica e guia, que está vivo e que fala, desperta, comove, corrige, julga perdoa e marcha todos os dias conosco -, somos chamados a retornar às nossas atividades.
Primeiro, vamos aproveitar o mês de janeiro para descansar, mas sem deixar de ir nos preparando para o recomeço das atividades catequéticas e pastorais. Precisamos deixar esse menino Deus ir se aconchegando em nosso coração, revelar-se a nós e nos transformar. Esse Menino Deus vem renascer a cada ano na nossa realidade humana para nos atualizar como discípulos e discípulas, amadurecer a nossa fé e nos educar para a nova vida.
Depois, mãos à obra. Retomar os encontros catequéticos, as formações, os retornos das aulas escolares. O recomeço é sempre uma alegria. Este novo ano será diferente, pois nele estará incluso atividades jubilares carregadas de esperança. Como nos diz o Papa Francisco: “A esperança não engana”. Vamos fazer nossa caminhada na esperança, como peregrinos, anunciando a palavra de Deus. Como? Ficando atentos para descobrir a esperança nos sinais dos tempos. O Papa Francisco nos exorta a transformar os sinais de esperança as realidades carentes da presença salvífica de Deus.
Etimologia da Palavra “Revelação”
A palavra revelação etimologicamente significa remoção de um véu, ou seja, descobrir. No Concílio Vaticano I (1869-1870) em sua Constituição sobre a fé católica, a revelação é descrita como a manifestação sobrenatural de Deus “de si mesmo e dos decretos eternos de sua vontade”; No Concílio Vaticano II (1962-1965), na Constituição Dei Verbum, revelação é descrita como a ação pela qual Deus livremente torna conhecido o propósito escondido da vontade divina e, amorosamente, fala aos seres humanos como amigos, convidando-os “à comunhão consigo”. Na Dei Verbum, Cristo é apresentado como mediador e plenitude da revelação. Ele nos revela: quem é Deus, quem somos nós, qual é a nossa vocação.
A revelação é fruto do próprio querer de Deus. Querer fundamentado no que Ele é: Amor. Cristo é a plenificação da revelação de Deus. Quem o vê, vê o Pai (Jo 14,9). O homem, criado à imagem de Deus, chamado a conhecer e amar a Deus, procura descobrir as várias vias de acesso para aceder ao conhecimento sobre Deus.
E a Catequese?
Um dos fundamentos da catequese é ajudar as pessoas no processo da educação da fé em Jesus Cristo ressuscitado. A catequese ajuda as pessoas a fazerem a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo. Para a Igreja, a catequese é um dever sagrado e um direito imprescritível, ou seja, não prescreve, não tem vencimento.
A catequese é um direito que, do ponto de vista teológico, todos os batizados, pelo mesmo fato do seu Batismo, possuem o direito de receber da Igreja um ensino e uma formação que lhes permitam chegar a ter uma verdadeira vida cristã. Toda pessoa tem o direito de procurar a verdade religiosa e de se aderir a ela, livremente.
Nesse sentido, a atividade catequética deve-se realizar em circunstâncias favoráveis de tempo e de lugar, ter acesso aos meios de comunicação social e poder dispor de instrumentos de trabalho apropriados, sem discriminações em relação aos pais, aos catequizandos e aos catequistas.
A glória de Deus continua manifesta no meio de nós proporcionando-nos a alegria de viver os mistérios da salvação.
Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte