Indicações de um bom planejamento para a se tornar presente a força salvífica do Cristo
Natal é tempo de alegria. Tempo em que renascemos para uma nova realidade, um novo ano, na certeza de que Deus se faz presente em nós. Ele renasce em nós. A cada ano, depois desse renascimento temos um percurso a fazer, um caminho denominado “Oitavas de Natal”. Um período que devemos nos perguntar: como devemos acolhê-lo em nossa vida?
Ele, querendo comunicar-se de forma completa a outro ser diferente dele, dignou-se a fazer criatura e veio mostrar-se a nós. O verbo que se fez carne no seio da virgem Maria e o Divino começou a crescer no mundo tornando-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado. Feito a experiência do Natal, que é a realização do projeto de Deus, a cada ano renovamos e continuamos a percorrer o caminho oferecido por ele, o mistério da nossa fé.
Para bem realizar essa caminhada com o projeto de Deus temos Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil que nos apresentam algumas indicações de operacionalização para fazer acontecer uma boa ação evangelizadora que responda aos desafios da realidade e às exigências da evangelização, hoje.
Uma destas indicações é partir para um bom planejamento no interior das Dioceses e entre elas, nos Regionais da CNBB, tendo como premícia que um bom plano é sempre fruto de um processo de planejamento, com a participação direta ou representativa de toda a comunidade eclesial. A preparação do processo implica, também, a ação conjunta de seus passos metodológicos.
Vejamos alguns passos importantes:
- Onde estamos
Este primeiro passo nos chama a atenção para a percepção da nossa realidade. Quais são as nossas necessidades de evangelização? Quem são os nossos interlocutores? Como podemos ajudar as pessoas para se envolverem com as ações pastorais de nossa comunidade?
- Onde precisamos estar
A ação evangelizadora é construção do caminho da missão. Caminhar como discípulos missionários de Jesus Cristo. Ser discípulo de Jesus Cristo e viver a vida segundo as exigências do nosso Batismo: ministério da Palavra, ministério da Liturgia e ministério da caridade, ou seja, um ministério todo profético, sacerdotal e régio, figuras estas da antiga Aliança, e que foram reunidas em Cristo, reconhecido pela fé como “sacerdote, profeta e rei” (LG 25-27, 34-36).
- Nossas urgências pastorais – um olhar atento para os desafios que devemos enfrentar em nossas realidades. Como está caminhando o processo de evangelização em nossa comunidade? Conhecemos os planos da APD de nossas Arquidioceses?
- O que queremos alcançar? Pensar em nossos objetivos. Quais são eles?
- Como vamos agir? Quais critérios podem ser estabelecidos?
- O que vamos fazer? Planejamento
- A renovação das estruturas. Precisa-se pensar nas estruturas que darão suporte às ações: quais são os organismos de articulação da ação, as equipes de coordenação, os responsáveis pela ação catequética, etc.
Como organizar as ações em cada realidade?
Partindo desses passos gerais, como planejar e organizar as ações na minha realidade? È difícil determinar linhas para realidades diferentes, mas estes passos nos ajudam a refletir. Trazendo para a nossa catequese, a pastoral catequética é colocada, pelos Bispos do Brasil, como prioritária no plano de Pastoral.
As diretrizes das Dioceses, sempre em consonância com as Diretrizes Gerais da CNBB, elaboram planos de ação, levando em conta a sua própria realidade.
Assim, para pensar em nossa organização, vamos ver alguns conceitos que nos ajudam.
O que é uma ação evangelizadora?
Nos últimos tempos o termo “evangelização” pretende-se referir à atividade da Igreja na sua totalidade: pregação, a catequese, a liturgia, a vida sacramental, a piedade popular e o testemunho de vida dos cristãos (EN 17,21ss). Mas dentro desse amplo conceito, uma especial atenção é reservada ao anúncio da Boa Nova às pessoas e aos povos que ainda não conhecem o Evangelho de Jesus Cristo.
A evangelização é também vista como horizonte comum da Igreja, bem como a ação do anúncio do Evangelho, que requer a formação de comunidades locais, de Igrejas particulares. Esta tem que encaminhar modos concretos de agir, formas adequadas de anunciar e de criar comunidades, conforme a realidade e as situações culturais.
Somos chamados a planejar bem nossas ações para que as mesmas possam responder, de forma adequada, aos sinais dos tempos, às necessidades dos indivíduos e dos povos de hoje. Promover uma evangelização enraizada no Evangelho.
Começando das bases, das Igrejas particulares, as paróquias precisam se organizar em comunidades menores para melhor cumprir sua missão, e que todas sejam comunidades eclesiais vivas, comunidades geradoras de vida humana, vida de fé, vida de união, vida de celebração, vida de apostolado.
Vamos continuar refletindo nossas ações pastorais. Que possamos todos, à luz do Espírito Santo, realizar, planejar e organizá-las, dentro de um processo catequético evangelizador que seja eco da comunicação divina, revelando às pessoas o rosto do amor e da comunhão de Deus. Que possamos assumir, com alegria e entusiasmo, a tarefa fundamental pela qual Jesus enviou seus discípulos: o anuncio do Evangelho (Mc 16,15), a pregação do Reino (Mc. 3,15).
Vamos ficar atentos às ações aprovadas em nossa Arquidiocese para bem planejar nossas ações evangelizadoras. Vamos conversar sobre as diretrizes propostas como a Casa comum: casa da Palavra, casa do Pão, casa da caridade e casa da missão.
Depois da experiência da vivência espiritual cristológica desse natal, vamos levar em consideração todo o acontecimento Cristo, da encarnação até a sua última vinda gloriosa. Mãos às obras!
Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.