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[Artigo] O dizimista vê, sente compaixão e cuida – Renata Senhorinha Santiago, Pastoral do Dízimo da Arquidiocese de BH

A Campanha da Fraternidade 2020, com o tema “Dom e Compromisso”, e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34) exorta ao cuidado com a vida. É inquestionável a relevância dessa reflexão no cenário mundial. O dizimista, nesse momento, assume um papel crucial para que a Igreja possa realizar ações de cuidado, principalmente, aos mais necessitados.

Por meio do dízimo, que é uma contribuição motivada pela fé, os fiéis vivenciam a comunhão, a participação e a corresponsabilidade na evangelização. O dízimo em suas três dimensões busca cuidar dos espaços eclesiais (Celebrar), cuidar do anúncio do Evangelho (Evangelizar) e, cuidar dos que mais sofrem (Partilhar). O mundo está vivenciando uma situação inusitada, que requer da igreja novas estratégias para se adequar e prosseguir perante as adversidades. Com a pandemia instalada (disseminação da COVID-19) torna-se urgente se valer de todos os recursos possíveis para minimizar, de alguma maneira, as consequências trazidas pelo episódio.

O crescimento acelerado do número de casos da doença, os noticiários e as dimensões dos fatos nos levam a pensar: o que aconteceu conosco? O que vem ocorrendo com a humanidade que embora percebendo o aumento dos sofrimentos parece não se sensibilizar? Teríamos deixado se perder o sentido mais profundo da vida? E o consumismo exagerado? Não estaríamos esquecendo do significado maior da existência? Por que vemos crescer tantas formas de violência? O dinheiro serve ao homem ou ao contrário? E a natureza, nossa casa comum, como a tratamos? São muitos os questionamentos e querendo ou não somos obrigados a parar. O mundo ́sacudiu ́.

Com o intuito de retardar o avanço da doença pelo Brasil, as pessoas necessitam de isolamento social. Para o cristão trata-se de uma tarefa difícil, pois somos a religião que se relaciona com Deus em comunidade, através dos sentidos, do abraço, da proximidade, do sentar-se à mesa e partilhar o pão. Mas é momento de recolher-se, de estar com a família, restaurar nosso primeiro modelo de comunidade: a igreja doméstica. Graças à tecnologia da informação é possível manter contato com o corpo eclesial através das redes sociais e outras ferramentas; é possível compartilhar experiências, momentos de oração, medos, dúvidas e esperança; é possível criar espaços para a catequese do adulto às crianças; é possível celebrar a Palavra, aprofundar conhecimentos, ser missionário, dialogar com as juventudes. E é através da contribuição do dizimista, a mão que cuida, que isso se torna realizável. Essa mesma mão estendida, também, torna possível amparar os que sofrem, acolher os que pouco ou nada tem, os que perderam a dignidade, o trabalho, a esperança.

Em consonância com a Campanha da Fraternidade 2020, agir como o bom samaritano supõe um aprendizado que o dizimista já coloca em prática: empregar nossos melhores recursos, humanos, materiais e espirituais, para que aqueles que estão desfigurados pela dor possam reencontrar, com o auxílio da fraternidade, a dignidade da vida: “Cuida dele, e o que gastares, eu o pagarei quando eu voltar” (Lc 10, 35). Tudo o que é ofertado, tudo o que é compartilhado se transforma.

Renata Senhorinha Santiago Pastoral do Dízimo – Arquidiocese de BH



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