Estamos no mês de maio. Mês da alegria, mês das mães, mas, especialmente, o mês dedicado à mãe de Jesus que é também a nossa mãe.
Começamos falando de Maria que, mesmo não compreendendo a realidade do momento, ela diz o seu “sim” gerador do Filho de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Ela foi firme em suas decisões, corajosa para enfrentar os obstáculos encontrados pelos caminhos e as dificuldades para a realização do parto. Durante toda sua vida ela teve presença significativa na vida da comunidade, foi uma discípula autêntica no seguimento de jesus.
Nesse nosso tempo de pandemia, unamos também a Maria. Ela é mãe, e uma mãe se preocupa com seus filhos, com a saúde deles. Ela os ajuda a crescer, a enfrentar a vida, a ser livre. E com paciência e ternura leva seus filhos a Deus.
Segundo o Papa Francisco, cada um de nós, cristãos, precisamos de duas mulheres, duas mães, mulheres virgens: a Igreja e a mãe de Deus. Ambas são chamadas de mães. Igreja como mãe a exemplo de Maria. Uma mãe misericordiosa que abraça, acolhe e sai ao encontro de seu filho. Igreja comunidade, agora na representação da Igreja doméstica, que nos convocam a ficar em casa. Mas não acomodados.
Tem-se percebido que ‘o ficar em casa’ está tornando as pessoas mais criativas, reunidas nas igrejas vivas em sintonia com o mundo. São novos aprendizados que levam a novos horizontes, abrindo-se à transcendência para Deus e para os outros, na prática da solidariedade, deixando Deus se revelar, se manifestar no meio de nós.
Vamos conhecer um pouco mais sobre Maria? Na Bíblia encontramos muitos escritos sobre ela.
Quem é Maria, Mãe de Jesus
Maria, mãe de Jesus, foi aquela que acolheu e amou a Palavra de Deus, que carregou em seu seio a Palavra viva, que fez a grande experiência do amor e da fidelidade de Deus, por meio de Jesus Cristo. Ela foi a escolhida por Deus para ser Mãe do Salvador. Ela é aclamada como a mãe de Jesus, a mãe de Deus, a nossa mãe. Maria deu à luz o menino que se revelou como o próprio Deus em nossa carne. Por isso Maria é mãe, não só porque gerou Deus, mas porque gerou Deus na carne. Em Jesus, Deus se faz um de nós, vem morar em nosso meio, nos constitui templo para sua morada e abre o caminho da salvação para toda a humanidade.
Ela é a mãe do Filho de Deus. Nos gestos e atitudes de Jesus, seu Filho, Deus aproxima-se da humanidade e cumpre a promessa de salvação. A presença salvadora de Jesus possibilita a todos viverem como irmãos. Assim, como mãe e mestra dos primeiros Apóstolos ela é também mãe de todos nós, por pertencermos à família redimida de Cristo. Na nossa religiosidade popular ela ocupa lugar especial. Cada pessoa é um sinal de Deus; Maria o é de modo especial.
Maria é modelo de fé
Maria, assim como todos os Apóstolos, foi compreender e ver com mais clareza o mistério em que estava envolvida, só depois da ressurreição de Jesus. Antes, nada estava claro para ela. Ela vivia sua vida sempre entregue a Deus. Meditava e guardava a Palavra de Deus no coração, colocando-a em prática conforme lemos no Evangelho (Lc 11,27-28; Lc 8,19-21). Em sua vida estava sempre presente este desejo: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a sua vontade”. E com esse sentimento no coração ela, no silêncio de sua casa em Nazaré, ela cuidava dos afazeres da sua casa e educava seu filho e o preparava para sua missão, assim como todas as mães que dedicam toda a sua vida para prepararem seus filhos para o mundo. Maria é a mãe inspiradora de muitas mulheres na desafiante missão da maternidade.
Maria é para nós modelo de verdadeiros discípulos e discípulas. Mulher de fé que segue sempre aprendendo, capaz de ouvir, silenciar e guardar em seu coração os acontecimentos. Sempre pronta Maria deu o seu “sim” e se manteve fiel a ele nas mais diversas circunstancias. Foi fiel ao sim pessoal e fundamental para a história da salvação. Sua fé sempre foi compromisso com o Reino. Ela se compromete com o Reino pela fé na Palavra de Deus e por gerar o Cristo para o mundo, por meio do anúncio e do serviço.
Maria, antes de tudo “mãe”, passou por grandes dificuldades. “E guardava tudo no coração” (Lc 2,51). Portanto podemos chamá-la a mãe do silêncio. Em quase toda vida pública de Jesus Maria fala pouco, contempla Jesus e procura crescer na fé.
Maria é Mãe de Jesus e modelo de fé para nós. Ela é também a Mãe da Igreja. Desse tema falaremos depois.
Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano
Bíblico-catequético de Belo Horizonte.