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[Artigo] Jesus – Sacramento do Pai – Neuza Silveira

Ao falarmos de sacramentos não podemos desviar o nosso olhar da humanidade de Jesus, pois o seu entendimento tem referência à história da salvação, onde se situa o significado da obra salvífica de Cristo em si mesma e em sua dimensão histórica.

Perguntamos: O que significa os sacramentos? Um sinal eficaz; sinal que torna presente a graça, a glória, a vida de Deus. A manifestação visível de algo invisível. Ele é o Sacramento do Pai: “Ele é a imagem do Deus invisível” (Cl 1,15), ele é a presença real, eficaz, verdadeira do Pai entre nós: “Quem me vê, vê o Pai; eu estou no Pai e o Pai está em mim” (cf. Jo 14, 9,10).

Assim compreendemos Jesus como o Proto-sacramento – o primeiro e grande sacramento do amor de Deus-Trindade. O Cristo Jesus é o Sacramento de Deus: nele Deus fez-se presença pessoal no nosso meio. Assim, Cristo é o Sacramento primordial de Deus; ele que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Quando Deus quis nos dizer que nos ama, mandou o Filho. No momento em que Maria disse ‘sim’ ao projeto de Deus, o Verbo pôde assumir a carne e tornar visível aos nossos olhos o amor infinito do Pai.

Jesus Cristo, por sua vida, sua obediência e seus gestos de bondade é o Sacramento do Pai por excelência. Ele encarnou e trouxe para dentro de nossa história o plano salvífico de Deus.  Nas palavras de Jesus é o Pai quem nos fala, nos seus gestos é o Pai quem nos estende a mão, no seu carinho para com os pobres, os fracos, os pecadores, é o Pai quem manifesta a sua ternura… em toda a sua vida entre nós é o Pai quem nos reconcilia consigo.

Enquanto Jesus estava vivo, os apóstolos e todos os que o acompanhavam não precisavam de outros sacramentos, pois Ele era o Sacramento em Pessoa. Com os eventos da paixão, morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos passam a compreender verdadeiramente quem era o Jesus que esteve com eles: O Cristo, Filho do Pai, o amor salvífico do Pai que veio até nós.

No momento em que a humanidade visível de Jesus se subtrai aos nossos olhos, nasce a Igreja com a efusão do Espírito Santo. Nesse sentido, a Igreja é o prolongamento da humanidade de Jesus.

Se Jesus é o Proto, o primeiro Sacramento, a Igreja é a continuação desse Sacramento. Por isso a Igreja é visível, para dar continuidade à economia salvífica divina. A Igreja de Cristo, Sacramento, é representada por todos nós batizados que, segundo o Apóstolo Paulo, somos: Povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito Santo.

Por isso é que dizemos: Jesus é o SACRAMENTO DO PAI. É o grande gesto-sinal de Deus: seu filho vem ao mundo para resumir com a sua vida o amor do Pai, e para levar o homem à perfeita união com Deus.

No caminhar com a Igreja, em busca do encontro real com Deus, temos como sustento a Eucaristia. Ela jamais será compreendida desvinculada do todo da vida de Jesus. Cada compromisso d’Ele com o próximo, especialmente com os pobres, marginalizados e pecadores, concretizou seu amor e sua missão, tudo encontrando sentido no desfecho de sua história: a morte na cruz (revelação máxima da glória, para São João), à qual a Eucaristia está intimamente vinculada.

Jesus, enfrentando a morte, confiando em Deus, acreditando na proximidade da chegada do Reino de Deus, se alegra. (ver principalmente Lc 22, 15-16: Desejei ardentemente celebrar esta Páscoa com vocês…). Sua morte foi entendida pelos discípulos como renovação definitiva da aliança com Deus, como perdão dos pecados, como salvação. Também nós, neste tempo pascal, renovemos nossa aliança com Deus mantendo-nos firmes na caminhada da fé e no anúncio da Palavra.

Neuza Silveira de Souza.

Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.



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