Jesus sempre se apresentou ás realidades do seu tempo de forma bem concreta. Dirigia-se às pessoas e as situavam diante da realidade própria de cada uma. Percebia-as com seus costumes, modo de vida, vivência religiosa, seus problemas. Ele procurava conhecer a pessoa toda, em sua inteireza.
Nas grandes regiões por onde Jesus peregrinava como a Galileia, Samaria, Judeia e Pereia eram todas supervisionadas por procuradores romanos, o povo vivia uma rebeldia política que afetava a todos e, de certo modo, o aspecto religioso. O povo vivia na expectativa da chegada de um messias, um rei que viria inaugurar o Reino, promovendo a paz e a justiça. (Is 29, 18-21).
Jesus anuncia o Reino o Reino de Deus
Embora todos esperassem a chegada do Reino de Deus, as pessoas não entendiam muito bem como seria esse Reino. Muitos esperavam que chegasse um Rei e iria tomar o território e estabelecer a Paz. Mas Jesus chega e através de sua forma de ensinar ele vai mostrando em que consiste esse Reino. Para Jesus, o Reino de Deus não é um território, nem mesmo uma realidade intima e espiritual, e sim uma transformação que abarca a totalidade da vida e das pessoas. Ele anuncia que o Reino de Deus já está entre nós e precisamos aprender a captar sua presença e seu senhor, não de forma visível, mas será perceptível como uma força libertadora, humilde, mas eficaz, que está ai no meio da vida, ao alcance de todos os que a acolherem com fé. Jesus vem falar do Reinado de Deus, procurando mostra a todos que a maior preocupação de Deus é libertar as pessoas de tudo aquilo que os desumaniza e as faz sofrer.
Jesus tem a missão de restabelecer o Reinado de Deus na terra
Jesus é portador de uma boa noticia e, de fato, sua mensagem, faz nascer uma grande alegria entre aqueles camponeses pobres humilhados, pessoas sem prestígios, nem segurança material. Jesus vai lhes falar do Reino de Deus como lugar de fazer a vontade de Deus. Ele diz que o Reino já está acontecendo onde, fazendo a vontade de Deus, já se vive em fraternidade, se perdoa, e se constrói a paz, onde se luta pela justiça.
Para explicar como será o Reino, Jesus conta muitas parábolas. Ele usa de muitas imagens, história que faz parte da vida do povo, ajuda-as a compreender a partir de comparações de fatos sobre a própria realidade de cada um. Ele diz que o Reino de Deus põe-se a favor dos que sofrem e contra o mal, pois o reino de Deus consiste em libertar a todos daquilo que os impede de viver de maneira digna e feliz.
Deus vem reinar para manifestar sua bondade e efetiva-la. A principal característica de Deus é ser misericordioso. Usa-se de sua misericórdia indicando uma compaixão que nasce das entranhas e comove toda a pessoa: Lc 15, 11-31 e Mt 18, 18,35 20,1-16. Também é compaixão o que caracteriza o comportamento de Jesus diante dos que sofrem (Mc 1,41, 6,34 Mt 9,36, 14,14, 15,32 20,34 Lc 7,13).
Para falar dessa forma de expressão de vida em Deus, Jesus ensina a seus discípulos o Pai-Nosso. Nela encontram-se as exigências para fazer a vontade do Pai. Ao rezar nós pedimos que venha o Reino e que realize sua vontade. Mas exige-se de nós que saibamos perdoar.
Jesus também ensina que devemos partilhar o pão, a viver o amor e a justiça, pois o reino de Deus não se constrói sobre os valores do mundo como riqueza, violência, poder, mas na pobreza, no serviço, na fraternidade.
Jesus vem comunicar sua experiência de Deus não aquilo que se vinha repetindo de maneira convencional. Ele fala da bondade de Deus que se abre a todos até aos gentios e aos pecadores. Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e faz chover sobre justos e injustos.
Jesus, partindo de sua experiência pessoal com Deus, nos ensina a contempla-lo através da natureza podendo descobrir que toda a criação está cheia de sua bondade. Um Deus que se expressa a nós numa linguagem simples, fala de um amor gratuito fiel e incondicional.
Aprendemos com suas parábolas que o Reino de Deus supera em valor tudo o que se tem. Não devemos deixar de procura-lo. O caminho é continuar a missão de Jesus e continuar anunciar a Boa Notícia que ele deixou para nós.