A ação salvadora de Cristo nos acompanha em todos os momentos da nossa vida. Em Jesus Cristo, Deus se revelou misericórdia e compaixão. Nele os sofredores e os doentes encontram ânimo para vencer o sofrimento, remédio para recuperar a saúde, solidariedade capaz de integrá-los na vida social e religiosa. Jesus sempre esteve bem próximo das pessoas, a ponto de identificar-se com elas. Como servo sofredor, ele tomou sobre si nossas dores (Is 53,4), assumiu nossas enfermidades espirituais e corporais até o extremo da morte na cruz, para nos oferecer o remédio que cura, restaura e concede vida nova, isto é, a Ressurreição.
Somos uma semente da glória futura
Reconhecidos como Filhos de Deus pelo Batismo, o Sacramento que nos abre a porta para a vida em Deus, somos chamados a viver como filhos de Deus. Enquanto permanecermos neste mundo tem-se a graça santificante recebida no batismo, e as graças atuais que Deus derrama sobre nós ao longo da nossa existência. É um caminho que vamos percorrendo assim como Jesus nos ensinou desde que ele percorreu o caminho da Galileia ao Sul de Israel para se encontrar com João, o Batista.
João batizava as pessoas e falava com coragem. Gritava amor e justiça num mundo injusto. Era como a vós de Deus num mundo sem Deus. E Jesus chega ao rio Jordão onde João batizava. Jesus também entrou na fila dos que iam batizar, não porque ele precisava mudar de vida, não fizera mal a ninguém, mas ele desejava, com todo o coração, que as coisas mudassem e que Deus viesse mudar o coração de todos os homens. Jesus tinha visto muito sofrimento nas casas dos pobres em que se hospedara no caminho. Então Jesus entrou no rio Jordão e também foi batizado por João.
Tudo aconteceu quando ele saiu das águas. Estava subindo à beira do rio quando sentiu no seu coração que o céu se abria e descia sobre ele o Espírito de Deus, sua força e seu amor. Ouviu a voz do Pai: “Tu és meu filho amado”. Sentiu, naquele momento, que Deus queria que ele fosse por todas as cidades e pelo campo, para ensinar o caminho de Deus.
E ele obedeceu. Através de seus ensinamentos fomos chamados a viver como irmãos, a estar atentos ao chamado para sermos santos com Ele um dia. Isto acontecerá para aquele que depois de atravessar as várias encruzilhadas da vida aqui em baixo, irá ao seu encontro, pois cremos que lá na casa do Pai há um lugar preparado para nós, cremos que a vida continua e vamos todos ressuscitar, assim como Jesus ressuscitou. Chegando lá também vamos nos encontrar com aqueles que já foram antes de nós.
Jesus nos deu um ensinamento maior: “Amar a Deus em primeiro lugar, e amar aos irmãos como a ti mesmo” enquanto habitamos esse mundo. Necessário se faz viver o amor e construir amigos verdadeiros, sair pelo mundo, anunciar a Boa-Nova e espalhar o perdão. Viver solidário com os necessitados dando a eles o que precisam para sobreviverem no dia de hoje, amanhã, e depois de amanhã, pois serão eles os porteiros da eternidade. Eles abrirão as portas da eternidade quando lá chegarmos. Esta é a recompensa prometida por Jesus: “não há quem tenha deixado casa, mulher, irmãos, pais ou filhos por causa do Reino de Deus, sem que receba muito mais neste tempo e, no mundo futuro, a vida eterna” (Lc 18, 29-30).
A alegria de vivermos aqui neste mundo provém do fato de já sabermos que recebemos do Espírito de Deus a santidade. Assim nos diz o Papa Francisco: “Somos estimulados pelos sinais de santidade que o Senhor nos apresenta através dos mais humildes deste povo, aqueles que participam da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho vivo, sobretudo pela vida de fé e caridade”. Estamos no começo da caminhada, depois, com certeza, teremos nosso encontro com Ele. Iremos comtemplar a sua face e na sua presença chegaremos ao “estado de homens e mulheres feitos à estatura própria da maturidade de Cristo”, conforme nos diz o Apostolo Paulo em Efésios 4,13.
Neuza Silveira de Souza
Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.