Batizar é tornar-se cristão. O Batismo é a porta de entrada para se iniciar a caminhada na vida cristã. Olha-se para a luz de Cristo e continua-se a fazer sua profissão: caminhar com a catequese para a Eucaristia e para a Crisma.
Iniciados na fé somos chamados a anunciar a Palavra de Deus e a difundir a luz da esperança de Deus neste mundo sem esperança. É o Papa Francisco quem nos diz: “o Batismo é como a porta da esperança”. Nos evangelhos de Mateus (28,16) e Marcos (16,14-18), o mestre determina que os discípulos espalhem-se pelo mundo, fazendo discípulos e discípulas.
Assim, o Batismo tem seu fundamento na orientação de Jesus aos seus discípulos. Acreditamos que Jesus desceu entre nós, caminhou em nossas próprias vidas, tornando-se companheiro especialmente dos mais pobres e frágeis: esta é a luz. Adquire-se assim a pertença à comunidade dos discípulos e discípulas de Jesus. O Batismo abre a porta para entrada na vida da comunidade.
O Batismo é sacramento pascoal: mergulho na morte de Cristo e participação na sua ressurreição. Ele torna todos os batizados um só em Cristo (Gl2,20; Rm 8,10-11; 13,7-8). Diz o Papa Francisco: “Nós nascemos duas vezes: Primeiro nascemos à vida natural e depois, quando batizados, nascemos na graça com Cristo e, a partir do batismo, nos tornamos humanos como nunca poderíamos ter imaginado. O humano assinalado com a marca de Cristo que se constitui em morada do Espírito de Jesus que passa a operar em nós.
CATEQUESE BATISMAL
A preparação de pais e padrinhos para o Batismo é vista como verdadeira catequese, inserida no horizonte dos sacramentos de iniciação. Por isso, os catequistas de preparação ao Batismo devem se empenhar em participar das iniciativas propostas pela Comissão Arquidiocesana Bíblico-catequética.
Os pais e padrinhos, em vista da responsabilidade que vão assumir, deverão participar, com antecedência, do itinerário mistagógico da preparação para o batismo, a cargo da equipe de catequese batismal, evitando com isso, preparações no mesmo dia da celebração.
A catequese batismal deve ser composta por catequistas bem-preparadas(os), sensíveis ao significado teológico e pastoral do batismo e da riqueza do seu rito.
A catequese batismal não é somente preparação imediata ao sacramento, mas também caminho de inserção da família na participação comunitária. Daí a importância da formação de Pais e padrinhos para que eles possam ajudar seus filhos a crescerem na fé e levar a luz de Cristo para todos.
Para ajudar no processo formativo de pais e padrinhos, a Arquidiocese oferece um Itinerário mistagógico, ou seja, orientações de forma ordenada, para melhor entender o caminho da fé e assim ajudar seus filhos a trilhar no mesmo caminho. Vejamos o que ele nos apresenta:
Itinerário Mistagógico de Preparação para o Batismo conforme o Diretório Pastoral Litúrgico Sacramental:
1º Passo
- a) Em cada paróquia e comunidade, a pastoral da criança (ou outra pastoral ou movimento afim) procura saber quem são as gestantes e as orientam e motivam aos cuidados básicos de atenção à saúde dela e da criança, incentivam a ida ao posto de saúde para o ‘pré-natal’. E, se possível, acompanham-na no pós-parto, nos primeiros cuidados à criança. Isso faz parte da missão evangelizadora.
- b) Primeiro contato com a paróquia, onde será celebrado o batismo, manifestando o desejo de batizar a criança: em cada paróquia, mães, pais ou responsáveis, quando forem agendar a data e horário do batizado, entregam os documentos exigidos na secretaria e fazem o agendamento da visita dos catequistas à casa onde a criança vive, no mínimo dois meses antes da a data pretendida. (Nos casos das Igrejas mais procuradas, esse prazo deve ser mais extenso).
- c) Visita dos catequistas à dos pais ou responsáveis: a primeira conversa se desenvolverá em tempo necessário, discernido segundo as circunstâncias, em clima de acolhida. Deve partir de perguntas elementares: quem é a família, quem é o responsável pela criança que será batizada, o que pedem à Igreja, escutando a história da vida e da fé deles. A missão dos catequistas é a de ouvi-los, valorizá-los em seu desejo e escolha, e de orientá-los sobre o caminho a que são chamados a percorrer para educar as crianças na fé e na comunidade cristã. Ouvir deles as expectativas sobre a catequese que farão. Mediante a boa escuta, a equipe de catequistas já perceberá quais serão as orientações necessárias aos responsáveis pela criança que será batizada. Entregar um roteiro de oração, oferecido pela Arquidiocese, a ser rezado por eles: padrinhos, familiares e outras pessoas da comunidade.
2º Passo
“Itinerário Mistagógico de Preparação para o Batismo” – Três encontros devem ser realizados na casa dos pais ou responsável, com os padrinhos e familiares: a mãe/o pai/o responsável, padrinhos, familiares e outras pessoas da comunidade (seria importante articular os grupos de círculos bíblicos para rezar junto com as famílias) se reunirão na casa da criança para rezar o “sentido do batismo cristão”, a partir de um roteiro em forma de “tríduo batismal”.
3º Passo
Encontro Mistagógico Comunitário: encontro paroquial (duração de uma manhã, tarde ou noite, com as mães/os pais/os responsáveis e padrinhos das crianças que serão batizadas) sobre a celebração litúrgica do Batismo (conteúdo, rito), contemplando também outros aspectos da vida cristã e do seguimento de Jesus Cristo. Fazer as indicações cerimoniais próprias da paróquia, de acordo com este Diretório Pastoral Litúrgico-Sacramental (importante motivar a beleza e a sobriedade). O encontro será organizado pelas paróquias, de preferência, com a presença dos párocos e demais catequistas.
4º Passo
Conclusão do processo da catequese batismal
- a) Marcar a ‘apresentação das crianças’ à comunidade, para a celebração, no domingo anterior à data do batizado.
- b) Entregar, neste dia, às mães/aos pais/aos responsáveis e padrinhos, o Pai-Nosso. A oração poderá estar em uma singela moldura.
5º Passo
Celebração do Batismo: a comunidade cristã, em clima de festa, acolhe as mães, os pais, enfim, os responsáveis e as crianças para a celebração do Batismo. É um momento em que as crianças entrarão, definitivamente, para a família cristã ao morrerem e ressuscitarem como Cristo, no Batismo.
Há possibilidade de se realizar o Batismo, em etapas, de acordo com o Ritual do Batismo de crianças, inspirados no Itinerário catecumenal proposto pelo RICA.
6º Passo
Após o Batismo, a comunidade visita os recém-batizados e seus familiares:
- a) Visita e oração com a mãe/ o pai/ ou responsável e o recém-batizado, nos primeiros três meses, após a celebração do Batismo (de preferência, por quem acompanhou a catequese). A comunidade poderia propor a entrega da ‘Lembrança do Batismo’ à mãe, ao pai ou ao responsável.
- b) Enviar convites para celebrações na paróquia/ comunidade, sobretudo: Semana Santa, Páscoa, Natal, Batismo do Senhor, Festa da Sagrada Família, Semana da Família etc. Enviar periódico do informativo paroquial, caso a paróquia possua.
Engajamento missionário na paróquia do qual pais, mães, ou responsáveis, e a criança fazem parte:
- a) Convidar e motivar as mães/ os pais/ os responsáveis a inscreverem e acompanharem as crianças nos encontros de catequese, sobretudo, para a Eucaristia e Confirmação, na comunidade e paróquia, e a participarem do dia da comunidade de fé.
- b) Convidar e motivar as mães/ os pais/ os responsáveis aos trabalhos pastorais e missionários da Igreja e, do mesmo modo, ao engajamento nas várias instâncias da sociedade, em vista do bem comum. Seu testemunho será fundamental para a caminhada cristã dos futuros jovens e adultos.
QUESTÕES
- Como eu poderia fazer para viver o meu seguimento do Senhor, para dar testemunho de Jesus? Sentimos sede de Deus? Jesus sacia esta sede? Como?
- Nós somos rios que levam a “Água da Fonte” aos nossos irmãos? Como?
- De que maneira podemos levar Jesus às pessoas do mundo de hoje?
Para realizar bem a nossa missão devemos estar atentos a três figuras evangélicas:
O Pastor – aquele que cuida das ovelhas que já estão no curral, em casa. São membros da Igreja. Serviço de redes de comunidades.
O Semeador – aquele que vai ao encontro dos afastados. Encantar os afastados com o Evangelho de Jesus. Ser uma Igreja samaritana.
O Pescador – aquele que vai ao encontro dos que estão à margem – a fé se encontra em situação de Risco. Uma ação pastoral descentralizada da paróquia.
Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano
Bíblico-Catequético de Belo Horizonte